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ToggleIdealismo nas Relações Internacionais: Uma Perspectiva Liberal de Esperança e Progresso
O idealismo, frequentemente associado ao utopianismo, desempenhou um papel dominante nos estudos de relações internacionais do pós-Primeira Guerra Mundial até o final dos anos 1930. Esta corrente de pensamento, uma variante do liberalismo internacional, foi marcada por figuras notáveis como Immanuel Kant, Woodrow Wilson e outros, que defenderam uma ordem mundial baseada em princípios morais, cooperação e progresso.
O Que é Idealismo?
O idealismo nas relações internacionais enfatiza a importância de princípios morais, progresso e cooperação internacional. Contrapondo-se ao realismo, que foca na competição entre estados e interesses nacionais, o idealismo busca transcender as divisões geopolíticas em favor de uma comunidade global unida por valores e objetivos comuns. Ele defende que as estruturas de governança global, como a Liga das Nações, e o fortalecimento do direito internacional podem promover a paz e resolver conflitos de maneira justa e equitativa.
Características Centrais do Idealismo
- Crença no Progresso: Os idealistas compartilham uma visão otimista do progresso humano, acreditando na capacidade da diplomacia parlamentar e na deliberação sob o império da lei para se estabelecer na diplomacia internacional.
- Importância da Liga das Nações: O idealismo coloca grande ênfase nas instituições internacionais, como a Liga das Nações, como meios para promover a paz e a cooperação entre os estados.
- Ética Cosmopolita: Rejeitando o argumento realista de que o estado é uma fonte de valor moral, os idealistas defendem uma ética cosmopolita e a necessidade de reforma do sistema internacional.
Desafios ao Idealismo
O idealismo enfrentou críticas significativas com o colapso da Liga das Nações e o início da Segunda Guerra Mundial, levando muitos a questionar sua viabilidade como abordagem nas relações internacionais. E. H. Carr, em “A Crise de Vinte Anos”, argumentou que o idealismo era uma expressão da filosofia política das grandes potências satisfeitas, marcada por uma análise ingênua do papel do poder nas relações internacionais.
Revivendo o Idealismo
Apesar das críticas, o idealismo experimentou um renascimento, especialmente após o fim da Guerra Fria, com uma maior aceitação do pensamento liberal nas relações internacionais. Os estudiosos estão reavaliando o pensamento idealista das décadas de 1920 e 1930, reconhecendo sua contribuição para o desenvolvimento de uma ordem mundial mais justa e cooperativa.
Leituras Recomendadas
- “A Paz Perpétua” de Immanuel Kant: Uma obra fundamental que estabelece os princípios do idealismo e a visão de uma federação de estados livres.
- “Woodrow Wilson and the League of Nations” de Ray Stannard Baker: Fornece insights sobre os esforços de Wilson para promover a paz mundial através da Liga das Nações.
- “A Crise de Vinte Anos” de E. H. Carr: Embora crítico do idealismo, Carr oferece uma análise profunda que é essencial para entender as limitações percebidas dessa abordagem.
Termos Relacionados
- Liberalismo Internacional: Uma crença na possibilidade de progresso e cooperação entre os estados através de instituições internacionais.
- Utopianismo: Uma visão idealizada de uma sociedade perfeita, frequentemente associada ao idealismo nas relações internacionais.
- Cosmopolitismo: A ideia de que todos os seres humanos, independentemente de sua origem política, fazem parte de uma única comunidade mundial.
Conclusão
O idealismo nas relações internacionais oferece uma visão de um mundo regido por princípios morais, onde a cooperação e o progresso são possíveis. Embora tenha enfrentado críticas e desafios, especialmente com os eventos do século XX, o ressurgimento do idealismo sublinha a busca contínua por uma ordem mundial baseada na justiça, paz e cooperação global.