No dia 16 de outubro de 1945 foi criada a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), uma agência especializada da ONU. Seu objetivo é combater a fome através de esforços internacionais, alcançar a segurança alimentar para todas as pessoas e garantir o acesso à alimentos de alta qualidade e em quantidades o suficiente para que as pessoas possam ter uma vida saudável e ativa. Essa organização possui mais de 194 Estados-membros e atua em mais de 130 países ao redor do mundo.
Em 1946, um ano depois da sua criação, ocorreu a Reunião Especial sobre problemas alimentares urgentes. Nesse encontro, a FAO calculou que haveria uma grande diferença entre a oferta durante a safra de 1946 e 47 e, por conta disso, propôs diversas medidas corretivas, como a mobilização de recursos para conter a crise. Essa reunião foi o primeiro projeto de grande escala da organização a oferecer a prova do índice de fome.
Ademais, nesse mesmo ano foi elaborada a primeira Pesquisa Mundial de Alimentos, cujo objetivo era “entender melhor o estado de nutrição do mundo (FAO; 2020)”. O resultado dessa investigação foi a confirmação de que a fome e a desnutrição generalizada é crescente. Apesar de ter sido um pouco imprecisa, foi pioneira nesse tipo de pesquisa.
Além de lutar contra fome, a FAO também visa preservar a agricultura. Alguns exemplos de projetos criados para isso são: a Convenção Internacional de Proteção Vegetal (IPPC), cujo objetivo é proteger os recursos vegetais contra pragas, o Desert Locust Program, que atua no combate a gafanhotos antes que eles ataquem as plantações e o Programa de Fertilizantes, que visa “melhorar a produção agrícola e a renda dos agricultores por meio do uso eficiente de fertilizantes”.
O trabalho que essa organização faz é de extrema importância e já ajudou milhares de pessoas ao redor do mundo. Pelos seus esforços em “combater a fome e melhorar as condições para a paz em áreas atingidas por conflitos”, a FAO recebeu, no dia 09 de outubro deste ano, o Prêmio Nobel da Paz 2020.
Por conta da pandemia do Covid-19, o número de pessoas de vítimas da fome se agravou drasticamente. O júri destacou que a FAO teve a impressionante capacidade de manter suas atividades em meio à essa crise sanitária, que já matou milhares de pessoas. Também foi reconhecida sua competência em “impedir o uso da fome como arma de guerras e conflitos”. Ademais, o júri salientou que “a erradicação da fome é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, um projeto da ONU que visa a resolução de diversos objetivos até 2030.