Durante quase toda a história humana, o clima inóspito do Ártico foi um obstáculo intransponível para penetração humana no extremo-norte do planeta. Compreendido entre a América do Norte e a Ásia, o Oceano Ártico passava a maior parte do ano coberto de uma espessa camada de gelo, inviabilizando a navegação em suas águas. Nas regiões terrestres que circundam esse oceano, o solo era caracterizado pelo fenômeno do “permafrost”, ou seja, permanecia permanentemente congelado, o que tornava construir ou minerar nessa região praticamente impossível. E a isso se somavam, claro, as baixíssimas temperaturas árticas, que giram na casa de 2°C no verão e -24°C no inverno, restringindo a vegetação á tundra e minando assim qualquer tentativa de se implantar uma produção agrícola em grande escala.
Não à toa, durante milênios, a presença humana no local se restringiu a tribos de caçadores-coletores, como os Innuit na Groenlândia, os Sami no norte da Finlândia e os Tungúsicos na Sibéria. Mesmo depois da colonização americana-europeia pós-século XIX, o Ártico continua sendo uma região despovoada: atualmente, se somada a população ártica dos 8 países que possuem territórios nessa região (EUA, Canadá, Rússia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia e Islândia), a mesma não ultrapassa 4 milhões de pessoas.
Contudo, esse cenário vem mudando drasticamente nas últimas décadas: em meio ao aquecimento global, o Ártico, por conta de sua geografia peculiar, vem sendo uma das regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas. Diferente da Antártida, que é uma massa de terra recoberta por um manto de gelo, o Ártico é um oceano revestido superficialmente por uma capa relativamente fina de gelo, o que o torna mais suscetível ao aquecimento. A isso se soma a chamada “amplificação ártica”: o derretimento do gelo que antes refletia a luz solar amplifica e um maior grau de pluviosidade e umidade intensificam o efeito aquecedor e geram um ciclo vicioso que esquenta ainda mais a região.
O resultado prático desse processo é uma transformação ambiental em larga escala, a qual também vai indiretamente tornar a região mais acessível para a exploração humana: a cada ano, a capa gélida do Ártico se torna menor e menos fina, abrindo caminho para a navegação. Em terra, frente a alta das temperaturas e a substituição gradual da tundra nativa por arbustos (processo de “shurbification”), o outrora impossível cultivo agrícola se torna viável e desbloqueia uma nova fronteira agropecuária.
De modo ainda mais importante, o permafrost, congelado a milênios, começa a rachar por conta do aquecimento, o que libera o acesso às ricas jazidas minerais e energéticas da região, mas ao mesmo tempo torna a construção e a manutenção de edifícios e infraestruturas ainda mais complicada, dada a cada vez maior instabilidade do terreno. E além de tudo isso, ainda temos o impacto climático dessas mudanças não apenas para o ecossistema local mas também para o restante do globo, com a amplificação do efeito estufa e o derretimento das calotas polares.
Frente a esse cenário de oportunidades e crises, abriu-se espaço para uma “corrida do Ártico” nas quais as nações da região vem se mobilizando para ocupar e explorar um espaço econômico antes inacessível. Na opinião desse autor, a Federação Russa já dispõe da dianteira nessa corrida e a dissertação seguinte busca esmiuçar as vantagens naturais, materiais e geopolíticas de que dispõem os russos em relação às demais nações no que tange a exploração dessa nova fronteira natural e, portanto, no jogo de poder político-econômico na região. No caso, exploraremos primeiro o plano russo para viabilizar o Ártico como uma importante rota marítima, depois passaremos para as estratégias de exploração de recursos naturais e agrícolas no Ártico russo, e por fim, nos aprofundaremos nas estratégias de defesa que Moscou vem adotando para garantir sua soberania na região.
A Rota do Mar do Norte
A principal oportunidade para a Rússia no Ártico é a viabilização de uma rota comercial conectando o Atlântico ao Pacifico, passando por toda a costa ártica do norte russo. 40% mais curta do que o caminho que conecta a Europa com a Ásia-Pacifico pelo Canal de Suez, a Rota do Mar do Norte é vista por alguns especialistas como uma alternativa viável a contraparte sulista, permitindo um incremento do comércio entre ocidente e oriente a preços mais competitivos do que os atuais. A rota foi trilhada pela primeira vez em 1878 pelo explorador sueco Adolf Nordenskiöld, mas somente agora, com a gradual redução da capa de gelo, é que a navegação em larga escala em seu trajeto se tornou uma possibilidade (LARUELLE, 2013).
A Rota do Mar do Norte não é a única opção para encurtar o comércio transoceânico via Ártico. Existe também, na América do Norte, a Passagem Nortenha, que liga o Pacifico ao Atlântico pela costa norte do Canadá e que também vem sendo ventilada como uma alternativa ao projeto russo. Contudo, uma série de entraves ambientais, econômicos e infraestruturais torna a iniciativa de Moscou mais propensa ao sucesso. A começar pelo clima: a Passagem Nortenha passa por dentro do arquipélago canadense, a região mais fria do Ártico e, por isso, mais propensa a apresentar grandes extensões de oceano congelado que podem impedir a navegação do que sua homóloga russa.
A diferença infraestrutural também é marcante: desde o século XVI, quando não possuía acesso a nenhum porto de águas quentes nos mares Báltico e Negro, a Rússia mantém uma infraestrutura portuária pequena porem continua na região ártica que pode ser utilizada como base para uma expansão. A peça mais importante dessa infraestrutura é o porto de Murmansk, o maior do círculo ártico, que serve como alternativa ao de São Petersburgo durante os meses de inverno. Outros grandes portos russos do norte incluem Arcangel e Dudinka. No Canadá, ao contrário, a região norte ainda carece tanto de base física quando demográfica, sendo sua população ártica avaliada em 130 mil habitantes (comparados a 2 milhões da Rússia) e sua infraestrutura restrita aos dois pequenos portos de Port Churchill e Tuktoyaktuk (JOSHEPSON, 2014).
Outro ponto é a questão dos quebra-gelo: mesmo com o derretimento de gelo, ainda é necessária a presença de uma frota robusta de quebra-gelos para escoltar os comboios comerciais e protegê-los de eventuais icebergs. A Rússia possui a maior frota desses navios do mundo, com um total de 46, incluindo os únicos 12 movidos a energia nuclear do globo. Já o Canadá possui apenas 7, todos de tonelagem e potência inferiores aos russos. Aos olhos de investidores, a passagem russa parece mais promissora que a canadense (JOSHEPSON, 2014).
Há também a contenda acerca do status territorial das águas referente às passagens. A Passagem Nortenha canadense é considerada como águas territoriais do Canadá, o que cria um certo entrave jurídico à navegação, a qual será submetida um regulamento muito mais rígido, além da possibilidade de introdução de taxas de passagem e outras particularidades tributárias que acompanham a soberania do país. No caso russo, a Rota do Mar do Norte se situa na Zona Econômica Exclusiva deste país, o que, de acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Mar de 1982, lhe garante prioridade na exploração econômica do local sem, contudo, lhe impor a autoridade soberana que pode dificultar a viabilização em termos jurídicos ou de segurança nacional da rota comercial (JOSHEPSON, 2014).
Um último ponto de contenda é a questão do financiamento. A viabilização da rota requer um vultoso investimento na expansão de instalações de transporte, armazenamento e suporte a qual o Estado russo pode ter dificuldade em suprir. Em 2018, ao apresentar os “Projetos Nacionais”, um ambicioso plano econômico nacional voltado para tirar a economia russa da estagnação, o Kremlin estimou um investimento inicial de 12 bilhões de dólares para começar a desenvolver a Rota, dos quais um terço sairá dos bolsos do tesouro, outro um terço de empresas estatais com interesses na região, como a Rosatom (energia nuclear), a Gazprom (gás natural) e a Rosneft (petróleo), e o restante de entidades privadas. Ainda assim, não se tem um consenso sobre a viabilidade atual desses investimentos (HONNELAND, 2020).
A resposta ao problema pode repousar com a China: os projetos do governo russo coincidiram com o lançamento da Nova Rota da Seda, a super-iniciativa do governo chinês para conectar toda a Eurásia por meio de uma rede de infraestrutura integrada. A princípio concentrada em 6 rotas terrestres e um corredor marítimo via Suez, o projeto chinês de trilhões de dólares foi oficialmente expandido em 2021 para englobar uma parceria com a Rússia a fim de viabilizar um “corredor polar” que passará diretamente pela Rota do Mar do Norte. A criação da rota é de total interesse chinês, visto que reduziria em muito os custos de seu comércio com a Europa e, não à toa, a China já vem participando com observador do Conselho do Ártico desde 2011. Essa aliança pode ser o fator dominante para o sucesso de uma empreitada tão ambiciosa e arriscada (HONNELAND, 2020).
Petróleo, cereais e minérios
Um dos poucos consensos dos cientistas a respeito do Ártico é a extensa riqueza da região em matéria de commodities minerais e energéticas. Algumas pesquisas mais otimistas, como a do Serviço Geológico dos Estados Unidos, apontam que a região pode conter até 90 bilhões de barris de petróleo, dos quais cerca de 52% estão dentro do território russo. Isso sem falar nas extensas jazidas de minerais metálicos. Com todo o processo de aquecimento ártico, essas reservas se tornarão mais acessíveis, abrindo caminho para uma nova “febre do minério” no círculo polar norte.
Se a competição por explorar os recursos árticos começou, os russos já se encontram na dianteira, principalmente no que tangue a produção de hidrocarbonetos. O Kremlin já dispõe de uma extensa infraestrutura extrativa construída ao redor da península de Yamal, a qual é responsável por produzir cerca de 83% do gás e 12% do petróleo russo, ambos os quais são transportados para a Europa através dos dutos Yamal-Europa e Severnya’ Sirnia. Agora, com as reservas da Sibéria Ocidental, do norte do Cáucaso e do Rio Volga se esgotando, a aposta de Moscou é que a produção hidrocarbônica russa precisa se deslocar para o Ártico e largos passos já vêm sendo dados nesse sentido (HONNELAND, 2020).
Em 2018, foi aprovado um investimento de 300 bilhões de dólares num período de 15 anos para desenvolver o setor energético ártico, incluindo a construção de 800 km de dutos, a concessão de subsídios e incentivos para as empresas petroquímicas nacionais, a exploração do gigantesco super-poço de Vostok (capaz de produzir 50 milhões de toneladas por ano), a expansão da produção além da costa e, de modo ainda mais ambicioso, a construção de uma super-planta de gás natural liquefeito (LNG) cuja exportação via navio Moscou planeja realizar através da Roda do Mar do Norte. Essa última é de particular interesse russo, visto que o Kremlin, acostumado a transportar seus hidrocarbonetos via dutos, acabou perdendo espaço na fatia de mercado do LNG para países como os EUA e o Catar. A construção dessa planta, somada à vantagem logística da Rota, podem lhe ajudar a recuperar essa fatia (LAGUTINA, 2021).
Em termos de minérios, as operações do Kremlin também já estão bem avançadas: o Ártico russo é o lar da maior indústria de mineração e processamento de níquel do mundo, a Nornickel, além de responder por uma grande parte da enorme produção nacional de paládio, cobre, carvão, cobalto, ouro, zinco e chumbo. Recentemente, as estatais russas Rusal (alumínio) e Alrosa (diamantes) também vem expandindo suas operações na região (LAGUTINA, 2021).
Nesse setor extrativo em particular, os competidores russos já estão muito mais avançados: o Alasca norte-americano e o Canadá possuem vastas operações de mineração que incluem algumas das maiores minas do mundo, incluindo Fort Knox (ouro), Mary River (ferro), Red Dog (ferro e zinco) e Prudhoe Bay (petróleo). Contudo, o que diferencia russos e ocidentais nesse sentido são os planos futuros: enquanto o Kremlin já deixou clara sua disposição de continuar explorando em larga escala os recursos da região, mesmo que isso tenhas conseqüências ambientais, Canadá e EUA permanecem numa posição de ambivalência inerte, divididos entre os lobbys ambientais que buscam frear o avanço do extrativismo nessa área e os interesses econômicos dos produtores. Enquanto os ocidentais não forem capazes de arquitetar uma estratégia clara e de longo prazo sobre seus reais interesses econômicos na região, é muito provável que a Rússia tomará a frente de todo o processo (LAGUTINA, 2021).
Considerando que a disputa pelos recursos pode esquentar num futuro próximo, uma vez que não se tem uma perspectiva exata da posição dos mesmos, aquele que possuir uma maior infraestrutura na área estará mais bem colocado para acessar as ditas riquezas à frente de seus concorrentes. Esse pressuposto é igualmente verdadeiro no que diz respeito ao acesso a lucrativa pesca de arenque, bacalhau, salmão e capelim dos mares do norte.
Também deve ser dado um enfoque para o setor agrícola. Desde o colapso da União Soviética, graças a uma regularização do código de terras e a adoção de métodos de cultivo modernos e mecanizados, a Rússia voltou a ser um dos maiores produtores agrícolas globais, em especial no que tange ao cultivo de cereais. Em 2018, a produção era 16 vezes a de 2000, com o país posicionado como o maior exportador de trigo e cevada do mundo (¼ do mercado global) e entre os top 5 na produção de centeio, batatas, linho, sementes de girassol e trigo-sarraceno. Ao contrário da maioria dos países, onde o aquecimento global reduzirá a produtividade agrícola, na Rússia ele terá o efeito oposto ao desbloquear vastas regiões frias antes não cultiváveis (JOSHEPSON, 2014).
Estudos mostram que num período de 20 a 30 anos, ⅓ do território russo que antes era considerado impróprio para a agricultura estará disponível para o cultivo. Ainda que essas mudanças estejam sendo sentidas principalmente na Sibéria e no Extremo Oriente russo, a expansão da fronteira norte já vem sendo discutida, conforme evidenciado pela expansão do cultivo de soja logo abaixo da zona de tundra. Se as mudanças climáticas continuarem nesse ritmo, o governo russo se verá diante de uma preeminência tanto do setor energético quanto do alimentar e, não alheio a essa possibilidade, já vem ventilando a idéia de criar uma “OPEP do cereal” voltada para cartelizar os principais produtores graníferos (JOSHEPSON, 2014).
Por fim, uma última área que vem atraindo contínuos investimentos russos é a geração de energia nuclear no Ártico, cuja posição isolada pode ajudar a minimizar efeitos colaterais em caso de acidentes. Em 2008, ciente tanto da dificuldade que o solo ártico instável poderia acarretar na construção de uma usina atômica quanto dos altos custos de transporte de energia do sul para o extremo norte do país, o governo russo colocou em vigor um criativo plano para construir uma usina nuclear flutuante que poderia se movimentar como um navio pelas águas do Ártico, parando em portos e suprindo energia para as áreas ao redor deles de modo barato e flexível. Em 2019, a primeira dessas usinas, a Akademik Lomonosov, entrou em funcionamento (LAGUTINA, 2021).
A militarização do Ártico
Historicamente, o Ártico nunca foi uma zona geopoliticamente importante em caso de guerra, dado que constitui uma barreira intransponível. Tudo isso mudou durante a Guerra Fria (1956-1991), quando foi inventado o míssil balístico intercontinental (MBIC). Por meio dele, as forças armadas americanas e soviéticas podiam projetar suas armas nucleares uma sobre a outra de forma muito mais rápida e efetiva do que por um bombardeiro aéreo. E dada a posição dos dois inimigos na conjuntura do globo terrestre, o Ártico tornou-se a principal rota de trânsito de mísseis em caso de uma guerra nuclear
Não à toa, os EUA construíram um amplo sistema de radares no norte do Canadá (Distant Early Warning Line; Linha de Alarme de Distância Inicial) para detectar o disparo de mísseis por parte dos soviéticos, ao que estes reagiram estabelecendo seu próprio conjunto de bases e radares na região. Com a queda da URSS em 1991, a maior parte dessas instalações foi desativada.
Contudo, em meio a crescente importância geoeconômica do Ártico para a Rússia e a escalada de tensões entre Moscou e os ocidentais, o Kremlin vem promovendo um movimento de remilitarização da região para proteger a Rota do Mar do Norte e o parque mineral-energético contra eventuais ameaças ocidentais. O esforço não está sendo pequeno: desde 2007, a Rússia já reabriu mais de 13 bases aéreas, 10 estações de radar e 20 postos de fronteira, além de outras instalações menores e, ao que parece, esse trabalho ainda está longe de ser concluído (CONLEY; MELINO, 2020).
Os planos militares parecem estar divididos na organização das forças em 2 setores distintos, sendo a estratégia aplicada ditada pelo cenário geopolítico e econômico de cada um: na costa ártica leste, que banha o desabitado e ainda inexplorado Extremo Oriente russo, foi adotada uma formação de caráter primariamente defensivo, com a construção de um amplo sistema de radares e defesas antiaéreas e anti-navais nas ilhas árticas de Wrangel, Kotelny, Novaya Zemlya e Aleksandry Zemlya e no litoral de Tiksi (CONLEY; MELINO, 2020).
Já na muito mais desenvolvida porção oeste, que abriga os portos de Murmansk, Arcangel e o complexo hidrocarbônico de Yamal, as forças russas dispõem, além das mesmas defesas do setor oriental, de um grande potencial ofensivo, incluindo a Frota Nortenha Russa, que possui cerca de 40 submarinos (a maioria deles nucleares) e mais de 30 grandes navios de superfície com capacidades missilísticas, e a 80a Brigada Ártica, uma unidade de elite cujo efetivo foi treinado para lutar nas condições mais severas do pólo norte. Juntas, essas forças têm capacidade de projeção letal sobre o extremo norte da América, a Escandinávia e as Ilhas Britânicas (CONLEY; MELINO, 2020).
A realização de manobras com as forças árticas durante exercícios militares, como o Vostok-18, maior exercício realizado desde a queda da União Soviética, demonstram que o Kremlin já atribui uma importância à região tão grande quanto a sua fronteira ocidental, que historicamente constitui seu principal foco defensivo.
Considerações finais
Em conclusão, a análise da política russa no Ártico nos mostra como um Estado com uma política incisiva e coerente á longo prazo pode, a despeito de sua fraqueza econômica em relação a seus concorrentes, tirar proveito de uma situação ambiental e geoestratégica para se firmar a frente deles. A predominância russa no Ártico não é uma coincidência: ela é fruto tanto da situação geográfica do país que, desprovido de acesso aos mares quentes, foi forçado a desenvolver sua infraestrutura naval no frio do Ártico, quanto de um planejamento estratégico eficiente, pensado no longo prazo. Desde 2011, a Rússia possui uma Estratégia Ártica oficial, a qual foi revisada e estendida em 2020 para durar até 2035.
Também foi criado, em 2012, um Ministério do Ártico e Extremo Oriente para coordenar as políticas governamentais na região. Tudo isso nos mostra a importância não apenas de se identificar um foco de relevância estratégica como também de explorá-lo de forma metódica e organizada. Pensando no caso do Brasil, a abordagem russa de defender e explorar seu território ártico, com todos os seus acertos e erros, pode servir como uma experiência interessante para repensarmos o futuro de nosso próprio “hinterland”, a Amazônia.
Referências bibliográficas
CONLEY, Heather; MELINO, Matthews. The Ice Curtain: Russia’s Arctic Military Presence (2020).
HONNELAND, Geir. Russia’s Arctic Policy in the Twenty-First Century (2020).
JOSHEPSON, Paul. The Conquest of the Russian Arctic (2014).
LAGUTINA, Maria. Russia’s Arctic Strategies and the Future of the Far North (2021).
LARUELLE, Marlene. Russia and the Arctic (2013).