O Museu Nacional é uma instituição autônoma, parte do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado no parque Quinta da Boavista na cidade do Rio de Janeiro. Sendo o mais antigo do país, o museu foi criado em 06 de junho de 1818 por D. João VI com o nome de Museu Real, inicialmente sediado no Campo de Sant’Ana. Em 1982, o museu foi reinstalado no antigo Paço Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, onde se localiza desde então. Em 1946, o Museu Nacional foi incorporado à UFRJ. Em 2018, o Museu Nacional completou 200 anos de existência, e atualmente, como um museu universitário, possui perfil acadêmico e científico. Com 122 salas, seu acervo é destaque pela: a maior coleção egípcia da América Latina, adquirida pelo Imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos, provenientes principalmente em Herculano e Pompeia, da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de paleontologia, que incluem o dinossauro “brasileiro” Maxakalissaurus topai; o fóssil humano mais antigo já localizado no Brasil, batizada de “Luzia”; além de outras coleções, como a de etnologia contendo artefatos da cultura indígena, afro-brasileira e do pacífico e a de zoologia contendo conchas, corais e borboletas.
Constituindo uma referência nacional importante, o Museu Nacional no Rio de Janeiro sofreu um trágico incêndio em 2018, assolando todo o país. No dia 2 de setembro, próximo das 19h30, o museu começou a ser consumido pelo fogo, o que durou 6 horas. O incêndio decorreu de uma sobrecarga elétrica em um aparelho de ar condicionado localizado no auditório Roquette Pinto, no 1º andar, próximo a entrada principal do museu. Foi concluído por inquérito da Polícia Federal que o incêndio não foi criminoso.
Segundo nota oficial da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais, o Museu Nacional sofria com falta de políticas públicas e financiamento adequado, levando-o ao sucateamento da maioria dos equipamentos, reduzindo, consequentemente, a manutenção do mesmo. Em nota oficial do Museu Nacional, é informado que a instituição buscava recursos há muitos anos para realizar uma reforma do Palácio de São Cristóvão e instalar um sistema completo de segurança contra incêndios. Contudo, recursos que deveriam ser alocados em 20 milhões a partir de uma emenda parlamentar em 2013, tiveram seu valor contingenciado em 2014; houve, inclusive, uma tentativa de revitalizar o prédio a partir de um contrato assinado em junho de 2018 com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo que o início das obras estava previsto para o segundo semestre de 2019.
Antes do incêndio, a sede do museu ocupava 21.000m² com 11.417m² de área construída, com um acervo composto por 3,5 milhões de itens. A biblioteca especializada em antropologia tinha cerca de 37 mil obras. Ainda, mais de 20 coleções encontravam-se designadas no Paço, juntamente com 15 milhões de itens que acabaram sendo afetados pelo incêndio. Logo após o incidente, diversas associações, institutos, universidades, partidos políticos, museus e escolas se posicionaram na defesa do patrimônio, além de compartilharem mensagens de lamento e solidariedade.
O Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) criou uma força-tarefa para conduzir o levantamento de objetos e acervos nas salas e espaços do palácio. E, com a criação do Núcleo de Resgate de Acervos do Museu Nacional, conduziu-se as primeiras ações de resgate de artefatos e obras que não foram danificadas pelo fogo ou que foram parcialmente danificadas. Já foram resgatadas 90% das peças que não foram totalmente destruídas pelo fogo. Além de verbas destinadas ao Museu Nacional pelo Governo Federal, diversas entidades e organizações, públicas e privadas, realizaram doações, entre elas, a Associação de Amigos do Museu Nacional (SAMN), a Agência Britânica Internacional British Council, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o governo alemão.
Após 3 anos do trágico incêndio ao Museu Nacional, muitas coleções foram resgatadas e seguem integrando o acervo, embora tenham sofrido mutações sem seus materiais devido a ação do fogo. Algumas obras ainda permanecem sob processo de análise dos dados e da recuperação pelo Núcleo de Resgate. Desde o incêndio, visitas ao Museu Nacional pelo público seguem fechadas por período indeterminado. A previsão de conclusão das obras de reconstrução do museu é somente em 2027. Doações financeiras podem ser feitas, basta acessar o site aqui.