Introdução
Na matemática, moda é um termo referente a um número que se repete várias vezes em uma frequência numérica, o termo foi retirado da área matemática e levado como ótica analítica sobre as vestimentas e comportamentos na sociedade. Logo, atualmente, quando nos referimos a elementos que se repetem com frequência na sociedade, os chamamos de moda. A moda é, portanto, a maneira de fazer algo, em particular de vestir-se, comer, falar, viver… (GODART, 2010).
“A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico” (PALOMINO, 2003, p. 4). Moda vai muito além da roupa, Santaella (2004, p.115) afirma que “poucos fenômenos exibem, tanto quanto a moda, o entrelaçamento indissolúvel das esferas do econômico, social, cultural, organizacional, técnico e estético”. Ou seja, a moda será aqui utilizada como fator de política e cultura, e não apenas como uma tendência de mercado.
Na contemporaneidade, as mudanças na moda ocorrem com uma frequência muito maior do que nos séculos anteriores, dadas pelo processo de globalização e pelas atividades de consumo da sociedade atual. O processo de globalização influenciou diretamente a moda, não somente nas questões econômicas, mas também no âmbito cultural, culminando na criação de uma macro indústria internacional da moda (TONIOL,2018). A moda ultrapassou fronteiras e tornou-se um fenômeno global. Portanto, a moda e a sua ligação com as Relações Internacionais são muito amplas, pois tal relação pode ser abordada por diversas linhas de pesquisa, pensamentos e por momentos históricos diferentes.
Nesse sentido, o problema dessa pesquisa é: como a moda pode influenciar nas dinâmicas dos Estados no Sistema Internacional atualmente? A hipótese trabalhada é de que a moda influencia nas dinâmicas de Relações Internacionais e na inserção dos Estados no Sistema Internacional a partir da acumulação de capital que gera para empresas privadas destes Estados, além de ser um instrumento de soft power, pois as tendências influenciam o comportamento cultural das sociedades.
O objetivo geral do estudo é identificar de que forma a moda pode estar presente nas Relações Internacionais e estabelecer a relação de influência desse setor no Sistema Internacional. Como objetivos específicos busca-se: i) explicar a história da moda; ii) explicar como é a moda no mundo contemporâneo; iii) compreender a indústria da moda, sua influência e capitalismo no Sistema Internacional. Para alcançar o objetivo proposto, seguindo o padrão científico, a pesquisa fará uso de uma abordagem qualitativa e a natureza da pesquisa é descritiva e explicativa. Os procedimentos técnicos aplicados na metodologia é a pesquisa bibliográfica. Para tanto, os tipos de métodos científicos utilizados são o método hipotético-dedutivo e o método histórico.
O artigo está dividido em três seções. Primeiramente, discorre-se brevemente sobre a história da moda e a moda no mundo contemporâneo e busca-se apontar as mudanças históricas e o comportamento social em relação à moda atualmente. Na segunda seção ,apresenta-se a indústria da moda e dados acerca dela com a finalidade de entender seu impacto no Sistema Internacional. Por fim, na terceira seção, discorre-se sobre a moda e as Relações Internacionais a fim de identificarmos a relação de ambas áreas e como elas se influenciam.
Dessa forma, a presente pesquisa promove a difusão desse tema, o fomento de pesquisas e produção de conhecimento científico relacionadas aos estudos da moda e da indústria da moda dentro das Relações Internacionais, promovendo também a manutenção dos debates dentro da área trazendo temas de margem para o foco, conduzindo novas descobertas, panoramas e dados através de novas análises e pesquisas.
A História da Moda e a Moda no Mundo Contemporâneo
A moda é um registro histórico vinculado às épocas e civilizações da história da humanidade. Ela acompanhou todas as transformações mundiais e as evoluções civilizacionais, moldou comportamentos, assim como o significado da palavra a moda ao longo dessas épocas sofreu também alterações em seu papel na sociedade. Historicamente, a moda é extremamente importante, pois como aponta Palomino (2003, p. 4) “Ao acompanhar/retratar/simbolizar essas transformações, a moda serve como reflexo das sociedades à volta é possível entender um grupo, um país, o mundo naquele período pela moda então praticada”.
Embora não sejam o mesmo elemento, o início da história da moda está relacionado ao surgimento da roupa, que remonta aos primórdios da humanidade. Inicialmente, a vestimenta servia ao simples propósito de proteger o corpo, porém com o desenvolvimento da humanidade e a criação das sociedades, a roupa começou a representar cultura e poder (COSTA, 2014).
Há historiadores que defendem que o conceito de moda como a conhecemos hoje (forma de imitação social) surgiu no final da Idade Média, quando a burguesia passou a copiar as roupas dos nobres. E os nobres, para diferenciar-se dos burgueses, criavam novas vestimentas e assim sucessivamente (PALOMINO, 2003). O antropólogo Gilles Lipovestsky (2009, p. 24) aponta que devido a tal fato, “[s]ó a partir do final da Idade Média é possível reconhecer a ordem própria da moda, a moda como sistema”. Posteriormente, Lipovetsky divide a Era da Moda em três etapas: a Era Aristocrática, a Moda dos Cem Anos e a Moda Aberta.
A Era Aristocrática ocorreu na transição da Idade Média para a Moderna e durou até o meio do século XIX. Nela a moda restringiu-se aos círculos da realeza, da nobreza e da burguesia com roupas extravagantes, mas que diferenciavam-se entre as classes justamente para ajustar-se com a posição social ocupada, e que não atingiam os camponeses e artesãos (LIPOVESTSKY, 2009).
A Moda dos Cem Anos é divida em dois pólos: a confecção que produzia roupas por um preço mais baixo para as camadas médias, imitando os modelos usados pela aristocracia, e a alta costura, fundada por Charles Frederick Worth em Paris, baseada na construção de peças exclusivas para clientes da elite social. Observou-se aqui o início do ciclo da criação de modelos originais e da reprodução industrial para a massa por um preço mais baixo e o surgimento da figura do estilista (LIPOVESTSKY, 2009).
Por fim, a Moda Aberta iniciou através da explosão do Prêt-à-porter na transição dos anos 1950 para os 1960 e permanece até os dias atuais. As tendências de moda passaram a ser ditadas pela massa popular e não mais somente pelos estilistas do mundo da alta costura e do luxo. O “fora de moda” passou a não existir mais, pois tudo pode “estar na moda”, basta escolher o seu estilo. A moda tornou-se um meio de comunicação incorporado pelas pessoas como forma de expressar suas próprias ideias e quem elas são. Os criadores usaram as demandas das ruas como fonte de inspiração para seus trabalhos e dialogavam profundamente com os diversos movimentos sociais. A moda virou democrática, houve o surgimento das lojas de departamento, criadas nos Estados Unidos e posteriormente exportadas para a Europa, que ofereciam roupas e acessórios prontos para vestir para homens, mulheres e crianças (LIPOVESTSKY, 2009).
Para mais, a moda foi acompanhando as transformações e dinâmicas do Sistema Internacional que tornava-se cada vez mais capitalista e com maior liberalização comercial, Toniol (2018, p.12-13) aponta que
A partir de 1990, observaram-se novas e profundas transformações na economia e na política mundial que influenciaram diretamente a indústria têxtil […] Além dos impactos causados pela internacionalização da economia, os anos 1990 são marcados por um conceito exclusivo da indústria têxtil, o qual promoveu uma reorganização da cadeia produtiva: o fast fashion. Esta estratégia empresarial é responsável por executar a troca de mercadoria em exposição nas lojas em prazos muito curtos, visando afetar o comportamento do consumidor. Para isso, é necessário um planejamento acelerado na criação de novos produtos, bem como uma cadeia de produção e uma logística de distribuição que sejam capazes de atender às mudanças cada vez mais velozes da moda. Esse sistema se inicia no varejo de moda, porém a indústria tem o papel principal no seu resultado, desde a criação até a entrega final do produto nas lojas.
Portanto, o sistema fast fashion foi a resposta da indústria à aceleração da moda e o comportamento de consumo da sociedade. O fast fashion estabeleceu um ciclo de criação, produção e consumo contínuo com fluxos extremamente acelerados. Esse sistema é responsável pela velocidade na criação e aumento da demanda de novos produtos na indústria. Portanto, o consumo é a engrenagem do fast fashion (TONIOL, 2018). Deu-se início então ao mundo fashion contemporâneo que conhecemos atualmente e que durante todo esse período sofreu grandes e rápidas alterações para acompanhar a sociedade contemporânea.
A sociedade contemporânea é marcada pelos extremos e a moda dentro dessa realidade não seria diferente. Estamos vivenciando a era do “hiperconsumo”, uma fase da história da humanidade marcada pela industrialização e consumismo em massa. Nesse contexto, as pessoas têm a necessidade de consumir, impulsionadas por uma busca de bem estar, conforto e sensações de prazer. Segundo o autor, esses valores estenderam-se também para o universo da moda, criando a “hipermoda”. O termo “hipermoda” é proposto para designar as condições de excesso de produção e consumo da moda na sociedade contemporânea. (LIPOVETSKY ,2007). Contudo, observa-se que a moda de fato acompanhou todas as transformações históricas das sociedades e do mundo, o comportamento das sociedades, e hoje ocupa um lugar de elemento social, econômico, político e cultural. Resultou na criação de uma macro indústria internacional da moda, tornando-se um fenômeno global.
A Indústria da Moda
A ascensão do capitalismo, o processo de globalização e o comportamento de consumo influenciou diretamente a moda, não somente nas questões econômicas, mas também no âmbito cultural, resultando na criação de uma macro indústria internacional da moda e das indústrias têxteis (TONIOL,2018). De acordo com Almeida e Carvalho (2012, p. 3) a globalização é uma engrenagem da indústria da moda pois
A globalização fomenta a Indústria da moda, na medida em que ela amplia seu mercado, exigindo uma produção cada vez maior e diferenciada. Modernizando seus maquinários, sua distribuição, sua importação e exportação, atendendo a cada vez mais demandas ela também contribui para o aceleramento desse mercado. Funciona como um “aquecimento global da contemporaneidade”, de maneira irreversível – não pragmática – com que a globalização afetou ao mundo em especial a sociedade de consumo. Essa sociedade que acompanha em larga escala seu mecanismo de ação.
A moda ultrapassou fronteiras e tornou-se um fenômeno global construindo um império mundial que a rodeia. As estatísticas globais mostram que a indústria da moda está avaliada em US$ 1,7 trilhão em 2022, representando 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial (ZIPPIA, 2022). Ademais, a Fashion United, plataforma independente de dados de moda internacional, aponta que o relatório McKinsey State of Fashion 2017 coloca a moda como
uma das indústrias mais importantes do mundo, impulsionando uma parte significativa da economia global. É uma das principais indústrias de criação de valor para a economia mundial. Se fosse classificado ao lado do PIB de cada país, a indústria da moda global representaria a sétima maior economia do mundo (tradução nossa).
Destaca-se que a indústria da moda dos Estados Unidos é a maior do mundo e está avaliada em aproximadamente US$ 369,39 bilhões. A empresa estadunidense Nike tem a maior participação de mercado na indústria da moda, com 2,8%. Ademais, os Estados Unidos é o país que mais consome produtos de moda globalmente (ZIPPIA,2022).
Para atingir tamanha cadeia produtiva da indústria da moda foram criadas empresas de vestuários e a indústria da moda emprega milhões de pessoas, como aponta Zippia (2022) “[d]a força de trabalho global de 3,4 bilhões de pessoas, aproximadamente 430 milhões trabalham na moda, vestuário e produção têxtil”. No que refere-se à capacidade de produção “[a] indústria global da moda produz mais de 100 a 150 bilhões de itens de vestuário por ano” (FASHION UNITED, 2022 , tradução nossa).
Para mais, ressalta-se que a indústria da moda como um todo é composta por várias sub-indústrias que relacionam-se entre si dependendo uma da outra. Ademais, a cadeia de produção da indústria da moda é abrangente e complexa como aponta Viegas (2017, p. 17)
a cadeia de produção da indústria da moda engloba desde a mais simples matéria-prima até o descarte do produto. Esse processo de fabricação inclui: a indústria química, a indústria de fios químicos, a indústria têxtil (fibras, fios, tecidos), os processos têxteis não convencionais, a confecção do vestuário, o varejo e suas formas de venda do produto, os produtores e fornecedores de máquinas/equipamentos/softwares, serviços de apoio, marketing e propaganda, e por fim, o desuso e reciclagem do produto.
O consumo de roupas cresceu explosivamente nos últimos 20 anos. Os consumidores de moda compram mais de 80 bilhões de novas peças de roupas todos os anos. Isso é mais de 400% a mais do que consumimos apenas duas décadas atrás. Em 2021, as pessoas consumiram em média 16,7 unidades de vestuário e calçados em todo o mundo, gastando em média $ 220,7 dólares. A China é o país que mais compra unidades de vestuário (40 bilhões de unidades), seguida dos Estados Unidos (17 bilhões) (FASHION UNITED, 2022). A tabela abaixo expõe as principais empresas de vestuário em todo o mundo, seu país de origem e sua capitalização de mercado em 2022.
Tabela: As 5 principais empresas de vestuário em todo o mundo
Empresa | País de origem | Capitalização de mercado |
Grupo LVMH | França | $ 367 bilhões de dólares |
Nike | Estados Unidos | $ 216 bilhões de dólares |
Dior | França | $ 124 bilhões de dólares |
Inditex | Espanha | $ 81 bilhões de dólares |
TJX Companies | Estados Unidos | $ 79 bilhões de dólares |
Fonte: Fashion United, 2022.
Esses números retratam questões econômicas e de capital, mas ao tratarmos da questão cultural da massa populacional podemos valorar as marcas com seu valor de mercado e como a “tendência do momento” ou “marcas quentes”. No que tange o valor da marca no mercado internacional, a gigante produtora de roupas esportivas Nike conquistou o título de marca de roupas “mais valiosa” do mundo pelo sétimo ano consecutivo em 2021. Já em relação às “marcas quentes”, Gucci e Balenciaga são consideradas as marcas “febres do momento” (FASHION UNITED, 2022).
Por fim, acompanhando a evolução da sociedade a indústria da moda chega então a era da tecnologia e da internet, surgiram então os E-commerces de moda. De acordo com a Fashion United (2022)
vestuário foi o principal segmento online para consumidores globais em 2021 para online, tanto local quanto internacionalmente. O mercado de vestuário online cresceu mais rápido ano a ano em 2020 em meio à pandemia de Covid-19 em indústria da modacomparação com os anos anteriores. Receita do mercado global de comércio eletrônico de moda: US$ 668 bilhões em 2021 O mercado global de comércio eletrônico de moda está avaliado em $ 668,1 bilhões de dólares em 2021 (tradução nossa).
Contudo, compreende-se que a indústria da moda possui uma grande influência no sistema internacional devido ao tamanho poder de acumulação de capital que ela pode gerar e por seu poder de moldar comportamentos e culturas.
A Moda nas Relações Internacionais Contemporâneas
Desde sua origem à atualidade as relações internacionais sofreram drásticas alterações nas suas dinâmicas e em seus elementos de poder. Surgiram novos padrões de relacionamento entre os Estados, novos atores, novos meios de poder, novos temas na agenda da política internacional e novas conjunturas. O sistema internacional manteve sua complexidade e aumentou o desafio de compreender seus processos políticos, econômicos, militares, sociais e culturais.
Joseph Samuel Nye Jr., cientista político norte-americano, desenvolveu um conceito de poder denominado de “Soft Power”. Em sua obra, Nye pontua como o conceito de poder está mudando na política mundial e como ele é mensurado tradicionalmente através de população, recursos naturais, economia, força militar e destaca que existem outras formas de mensurar o poder de um Estado e sua influência que estão começando a emergir, como a tecnologia, cultura e ideologia. Ademais, Nye pontua que o poder de fato não está na quantidade de recursos de um ator do sistema internacional, mas sim na sua influência sobre o comportamento dos outros (NYE,1990).
O Soft Power, segundo o autor, convence um outro ator do Sistema Internacional a querer fazer o que se deseja, já o Hard Power obriga ou ordena. Nye pontua que o poder cooperativo e os recursos de Soft Power são tão importantes quanto o poder coercitivo e os recursos de Hard Power, pois tem menos resistência de aderência dos outros atores e requer bem menos gasto e esforço (NYE,1990).
Segundo Nye, a cultura é uma fonte relevante de soft power e representa a educação, os valores, a política e as instituições de determinado grupo. Dentro da cultura podemos inserir as roupas, que são consideradas identidade cultural em qualquer lugar do mundo. As roupas e a moda são resultados de mudanças históricas, políticas, econômicas, sociais, demonstram também influências externas que uma nação experimenta ao longo do tempo. São excelentes indicadores de cultura e expressam o quanto uma pessoa está conectada a sua cultura. Nye exemplifica a cultura estadunidense como um recurso muito forte de Soft Power e de influência no resto do mundo, e destaca que um Estado que atinge o comportamento popular do resto do mundo, como é o caso dos EUA e a proliferação de sua cultura, através de estilo de vida, filmes, televisão, moda, produtos etc, obtém um poder muito maior de afetar e influenciar a preferência dos demais (NYE,1990).
Entende-se que a moda pode ser considerada um instrumento de soft power, visto que é uma forma de imitação social, um símbolo cultural e um fenômeno global. A moda é valorada por si mesma e no que ela implica como soft power pois atrai benefícios tanto para as empresas quanto para os outros atores que sabem como usá-la a seu favor, podendo ser usada em diferentes sentidos, na própria moda em si e no que ela implica. Ela também pode levar aspectos culturais para outras nações, promovendo a influência cultural sobre tal, assim como pode projetar novos atores internacionais relevantes como as cidades da moda: Londres e Nova York. Para mais, atrelada a toda essa influência cultural, a moda tem um movimento econômico muito grande ao seu redor e se torna tópico importante nas agendas políticas dos Estados.
Indo além, não somente a moda influencia as relações internacionais, como as relações internacionais também influenciaram e transformaram a moda, e ainda o fazem, com os acontecimentos globais, desde a Revolução Industrial, os períodos das grandes guerras até a contemporaneidade. No mundo contemporâneo que vivemos, a moda está atrelada às relações internacionais através das questões de transformação cultural, econômicas e comerciais, crises políticas ou financeiras e temas ligados ao meio ambiente.
Considerações Finais
Através das leituras realizadas, acredita-se que foi possível construir uma explanação coerente e assertiva, mediante a qual atingiu-se os objetivos predispostos, bem como corrobora-se a hipótese apresentada no início da pesquisa.
Decidir que roupa vestir a cada dia, quantas peças ter no guarda-roupa, onde comprá-las e o que fazer com elas quando já não cabem mais tem um impacto muito maior do que pensamos, e não somente ambiental:a indústria da moda é um dos setores mais importantes e influentes a nível mundial. Suas dinâmicas não fogem aos interesses econômicos, políticos e sociais da agenda internacional dos Estados. A moda é política.
O campo da moda e das Relações Internacionais são diferentemente compreendidos e a existência de produções acadêmicas que demonstram a relação que há entre elas são escassas. Porém, observou-se nesta pesquisa a gigantesca relação entre moda e política internacional e quanto uma área pode influenciar a outra.
Referências
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COSTA , Bruna Emanuelle dos Santos Lavor. A história da moda influenciando as tendências. Tese – Curso de Especialização em Estética e Gestão da Moda, Universidade de São Paulo, 2014. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moda/monografias/Bruna%20Emmanuele_t.02.pdf Acesso em 23 de jan de 2023
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