A entrevista com especialista dessa semana é com Larissa Diniz, cientista de dados e internacionalista. O papo é sobre datacenters e por que esse assunto está ganhando destaque nas discussões sobre mudanças climáticas e segurança internacional.
Quando você salva uma foto na nuvem, ela não fica no ar. Fica guardada em algum lugar físico. Datacenters são esses lugares – galpões enormes cheios de servidores, caixas piscando, fios por toda parte. Larissa explica que existem dois tipos. Os datacenters de nuvem, que surgiram na década passada, e os de inteligência artificial, que precisam de muito mais capacidade. É esse segundo tipo que está trazendo toda a discussão para as relações internacionais agora.
Um datacenter médio consome muita energia e precisa de água o tempo todo para resfriar os servidores. A cada cinquenta interações com o ChatGPT, por exemplo, meio litro de água é gasto. O problema é que datacenters precisam estar perto dos usuários e em lugares com muitos recursos naturais. Geralmente, esses lugares preservaram seus recursos justamente por não terem indústrias pesadas. Quando o datacenter chega, essa preservação fica ameaçada. Mas a dimensão ambiental é só parte da história. Larissa traz outra questão importante para as relações internacionais: se você não está com os seus dados, quem está? Quem tem poder sobre eles?
Larissa explica como isso se conecta com discussões sobre soberania digital, dependência tecnológica e até com a geopolítica dos dados – que alguns já comparam com o que foi o petróleo no século passado. Na entrevista completa, ela detalha como diferentes países estão lidando com esse dilema e por que essa discussão é importante para o Brasil e outros países em desenvolvimento.
Assista à entrevista completa no canal da Revista Relações Exteriores