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Apaziguamento

“Apaziguamento” é uma política estratégica adotada por um estado ou conjunto de estados para evitar conflitos ou diminuir as tensões com um adversário potencialmente agressivo, concedendo algumas de suas demandas. Historicamente, essa abordagem é frequentemente associada à tentativa de evitar a guerra por meio da conciliação e da negociação, muitas vezes envolvendo concessões significativas.

Definição de Apaziguamento

Apaziguamento, nas Relações Internacionais, refere-se à estratégia de ceder às demandas de uma potência hostil na esperança de manter a paz e evitar um conflito mais amplo. Essa política é geralmente adotada quando um estado percebe que enfrentar diretamente a agressão poderia levar a um resultado pior, incluindo guerra aberta.

Exemplos Históricos

  • Política de Apaziguamento antes da Segunda Guerra Mundial: O exemplo mais notório de apaziguamento ocorreu na década de 1930, quando países europeus, principalmente o Reino Unido e a França, buscaram apaziguar a Alemanha nazista. O Acordo de Munique de 1938 é frequentemente citado, onde Neville Chamberlain, então Primeiro-Ministro britânico, concordou com a anexação dos Sudetos por Hitler na Tchecoslováquia, na esperança de evitar a guerra. Chamberlain famosamente declarou ter garantido “a paz em nosso tempo”, uma paz que se revelou ilusória com o desencadear da Segunda Guerra Mundial.

Citações

  • Neville Chamberlain em 1938: “Acredito que é paz para o nosso tempo… Vá para casa e durma tranquilamente em suas camas.”

Aplicações e Considerações

  • Críticas ao Apaziguamento: A política de apaziguamento é frequentemente criticada por encorajar agressores, sob a premissa de que ceder às demandas iniciais apenas aumenta o apetite por mais conquistas. O fracasso do apaziguamento na década de 1930 é citado como um exemplo clássico dessa dinâmica.
  • Apaziguamento versus Dissuasão: Em contraste com o apaziguamento, a dissuasão busca prevenir a agressão através da promessa de retaliação significativa. A escolha entre apaziguamento e dissuasão depende de uma avaliação do comportamento do adversário, capacidades militares e a disposição para entrar em conflito.

Leituras Sugeridas

  1. “The Policy of Appeasement Reconsidered” por V. A. C. Gatrell – Este artigo reexamina a política de apaziguamento no contexto das relações Anglo-Germânicas antes da Segunda Guerra Mundial, questionando algumas das críticas tradicionais.
  2. “Munich: The 1938 Appeasement Crisis” por David Faber – Um exame detalhado dos eventos que levaram ao Acordo de Munique, oferecendo insights sobre as motivações e pressões enfrentadas pelos líderes envolvidos.
  3. “Appeasement in International Politics” por Jeffrey W. Taliaferro – Este livro oferece uma análise teórica do apaziguamento, discutindo quando e por que pode ser uma estratégia eficaz ou contraproducente nas relações internacionais.

Conclusão

O apaziguamento é uma estratégia controversa nas Relações Internacionais, envolvendo complexas considerações de risco, moralidade e pragmatismo. Embora frequentemente criticado pelo seu uso no período pré-Segunda Guerra Mundial, é importante reconhecer que o apaziguamento pode, em certos contextos, oferecer uma alternativa viável para evitar conflitos desnecessários. Contudo, sua eficácia depende amplamente da natureza do agressor, das demandas feitas e da disposição dos apaziguadores em defender princípios fundamentais caso a estratégia falhe.

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