No dia 1° do mês de outubro de 1946 chegou ao fim os julgamento dos vinte e quatro líderes nazistas indiciados pelos seus crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial. O alto número de mortes, estimado em quarenta e cinco milhões de pessoas, e as categorias de crimes hediondos cometidas contra judeus, ciganos e outras minorias, culminou na criação de um tribunal militar internacional para julgar essas atrocidades, que ocorreram em escala nunca vista no sistema internacional.
Os julgamentos de Nuremberg foram uma série de tribunais militares que julgaram vinte e quatro membros da liderança política, militar e econômica da Alemanha Nazista. Esse acontecimento histórico foi de extrema importância para as relações internacionais, pois a partir daí o Estado passou a ser visto como passível de transgredir o seu papel como protetor da população e se tornar uma ameaça para seus cidadãos. Ademais, o caso de Nuremberg também contribuiu para a criação de leis internacionais utilizadas atualmente, para o surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 e para a criação do Tribunal Penal Internacional.
A organização das audiências foi elaborada pelas potências vencedoras da guerra, que também definiram os oito juízes responsáveis pelo julgamento dos indiciados. Durante as sessões, diferentes tipos de provas foram apresentados, como caixas de documentos do Partido Nazista, documentos secretos que evidenciavam a política externa do partido e vídeos. Dos vinte e quatro acusados, um se suicidou antes do julgamento e outro não compareceu por motivos de saúde. No final, dos vinte e dois que compareceram às sessões, vinte foram sentenciados à morte ou à prisão.
Ao término dos julgamentos, o Tribunal de Nuremberg declarou que Hitler deve ser desprezado e condenado como um dos autores da miséria e do sofrimento que atingiram o povo alemão; e o mais importante, que o mundo deve aprender que formas de governo ditatoriais como a de Hitler devem ser temidas e odiadas.