O retorno de Donald Trump à Casa Branca em 2024 trouxe consigo a expectativa de um novo período de instabilidade nas relações entre Estados Unidos e China. Durante seu primeiro mandato, Trump adotou uma abordagem agressiva contra Pequim, impondo tarifas, restringindo o acesso chinês a tecnologias estratégicas e intensificando as tensões comerciais. Com sua volta ao poder, a China não foi pega de surpresa. Pelo contrário, já vinha se preparando para lidar com um cenário mais desafiador, ao mesmo tempo em que busca transformar as dificuldades em oportunidades para consolidar sua posição como líder das economias emergentes.
Sumário
A nova rodada de tarifas de 10% sobre produtos chineses, anunciada pelo governo Trump, foi recebida com uma resposta calculada de Pequim: tarifas retaliatórias sobre bens americanos, restrições na exportação de minerais críticos e uma investigação antitruste contra a Google. No entanto, diferentemente do primeiro embate tarifário de 2018, a China agora adota uma estratégia mais ampla e sofisticada, que vai além da mera retaliação comercial.
O plano de Pequim envolve três pilares principais: fortalecer sua economia doméstica, diversificar suas relações comerciais e consolidar sua influência no cenário internacional. Em vez de se concentrar apenas no confronto direto com os EUA, a China aposta na expansão de seus laços com países emergentes e aliados estratégicos, investindo em infraestrutura, tecnologia e autossuficiência industrial. Além disso, ao observar a política externa de Trump, Pequim vê oportunidades: a postura protecionista e isolacionista dos EUA pode desgastar suas alianças e abrir espaço para um papel mais assertivo da China no sistema internacional.
Dessa forma, a disputa atual não é apenas sobre tarifas e comércio, mas sobre a redefinição da ordem econômica internacional. Pequim compreende que os desafios impostos por Trump são reais, mas enxerga neles a chance de acelerar sua transição de potência emergente para protagonista na agenda internacional. O que está em jogo não é apenas a resistência chinesa às pressões americanas, mas a capacidade do país de transformar a adversidade em vantagem estratégica.
Histórico das Tensões e Impacto Econômico
Desde 2018, quando a primeira guerra comercial entre China e EUA começou, Pequim tem reduzido sua dependência do mercado americano.
- As tarifas impostas por Trump em seu primeiro mandato resultaram na diminuição das exportações chinesas para os EUA.
- Em contrapartida, a China ampliou suas relações comerciais com outras economias emergentes.
- De acordo com o Ministério do Comércio da China, as exportações chinesas para os Estados Unidos caíram 15% entre 2018 e 2020, enquanto os investimentos chineses na África, América Latina e Sudeste Asiático aumentaram significativamente.
Nos últimos cinco anos, Pequim tem fortalecido sua posição dentro dos BRICS e buscado expandir sua influência por meio da Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative – BRI). Segundo o Banco Mundial, o investimento chinês em infraestrutura no âmbito do BRI ultrapassou US$ 1 trilhão, fortalecendo laços comerciais e reduzindo a dependência do comércio bilateral com os EUA.
Além disso, a China tem diversificado suas cadeias produtivas. Países como Indonésia, México e Vietnã se tornaram destinos prioritários para investimentos chineses.
- Em 2023, o investimento direto chinês no Vietnã cresceu 80%, atingindo US$ 4,5 bilhões.
- O comércio bilateral entre os dois países chegou a US$ 260 bilhões, ultrapassando os fluxos comerciais entre China e Rússia.
A Estratégia Chinesa de Longo Prazo
A resposta chinesa às políticas protecionistas dos Estados Unidos não se limita a medidas reativas, mas se insere em uma estratégia de longo prazo voltada para a resiliência econômica, a inovação tecnológica e a expansão global. Em vez de simplesmente responder às sanções e restrições comerciais impostas por Washington, Pequim busca fortalecer suas bases econômicas e consolidar sua posição como potência global. Essa abordagem se sustenta em quatro pilares fundamentais.
1. Fortalecimento da Economia Doméstica
A China tem adotado um modelo de crescimento baseado na “dupla circulação”, conceito introduzido por Xi Jinping em 2020, que enfatiza a importância do mercado interno como motor do crescimento econômico e busca reduzir a dependência de mercados externos. A estratégia inclui estímulos fiscais, maior apoio às empresas privadas e investimentos em inovação tecnológica.
Medidas concretas foram implementadas para sustentar essa abordagem. Em novembro de 2024, Pequim anunciou um programa de US$ 1,4 trilhão destinado à redução da dívida dos governos locais, ao estímulo do consumo e ao fortalecimento da confiança no mercado interno. Além disso, políticas monetárias mais flexíveis, como a redução das taxas de juros e incentivos ao crédito, foram aplicadas para garantir estabilidade econômica diante das pressões externas.
Essa movimentação não apenas responde ao impacto das tarifas e restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos, mas também busca aumentar a autonomia econômica da China e consolidar a confiança de investidores e consumidores no potencial de crescimento do país.
2. Política Industrial Chinesa: O Plano Made in China 2025
A política industrial tem sido um dos pilares fundamentais da ascensão econômica chinesa. Entre as iniciativas mais ambiciosas está o plano Made in China 2025 (MIC 2025), lançado em 2015, que estabelece diretrizes para transformar a China em líder global em indústrias estratégicas de alta tecnologia.
Inspirado nos modelos de desenvolvimento da Alemanha e do Japão, o plano visa reduzir a dependência de tecnologia estrangeira e reforçar a autossuficiência chinesa em setores considerados críticos para a segurança econômica e geopolítica do país. O MIC 2025 abrange dez setores-chave nos quais a China pretende alcançar supremacia industrial até 2049, o centenário da fundação da República Popular. Entre os setores contemplados estão:
- Inteligência artificial e automação, com foco no desenvolvimento de robôs industriais e sistemas autônomos;
- Semicondutores e computação de alto desempenho, para reduzir a dependência de chips ocidentais;
- Veículos elétricos e mobilidade sustentável, com investimentos na produção de baterias e eletrificação do transporte;
- Aeroespacial e defesa, incluindo o fortalecimento da indústria de aviação civil e militar, com projetos como o avião comercial C919;
- Biotecnologia e ciências da vida, com a ampliação da indústria farmacêutica e de pesquisas em engenharia genética;
- Energia renovável, consolidando a China como líder global em energia solar, eólica e tecnologias de armazenamento;
- Infraestrutura avançada e ferrovias de alta velocidade, exportando tecnologia ferroviária e ampliando redes de transporte interconectadas;
- Manufatura inteligente e internet das coisas, promovendo a digitalização da produção industrial com sensores, big data e automação.
O sucesso do MIC 2025 tem sido sustentado por uma combinação de subsídios governamentais, proteção de mercado e incentivos financeiros. Empresas estatais desempenham um papel crucial nesse avanço, operando sob diretrizes estratégicas do Partido Comunista Chinês (PCC) para alinhar inovação tecnológica e competitividade industrial. Além disso, Pequim tem reforçado o financiamento a startups e empresas privadas, criando campeões nacionais que possam competir globalmente com gigantes ocidentais, como Huawei, BYD, SMIC e Xiaomi.
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3. Expansão do Comércio com o Sul Global
Diante das crescentes restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos, Pequim tem adotado uma estratégia de diversificação de mercados e fortalecimento de laços comerciais com países emergentes. Esse movimento tem sido particularmente evidente na ampliação da influência chinesa sobre o Sul Global.
A ascensão dos BRICS como um bloco econômico influente tem sido central nessa estratégia. A China liderou os esforços para expandir o grupo, incluindo novos membros e fortalecendo o papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento em países emergentes. O aprofundamento das relações com o BRICS permite à China consolidar alternativas à dependência do comércio com o Ocidente.
A Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative – BRI) também tem sido um instrumento fundamental para a expansão econômica chinesa. Segundo o Banco Mundial, o investimento chinês em infraestrutura no âmbito do BRI já ultrapassou US$ 1 trilhão desde sua criação, consolidando parcerias estratégicas com nações da África, América Latina e Sudeste Asiático. Esses investimentos não apenas garantem acesso a recursos e mercados para a China, mas também reforçam sua posição como um parceiro essencial para o desenvolvimento global.
Além disso, Pequim tem acelerado suas negociações para ingressar no Comprehensive and Progressive Agreement for Trans-Pacific Partnership (CPTPP), um dos maiores acordos comerciais do mundo. A entrada da China no CPTPP representaria um passo significativo para diversificar suas relações comerciais e garantir acesso a mercados estratégicos sem depender do comércio com os Estados Unidos.
4. Controle de Recursos Estratégicos
Outro pilar da estratégia chinesa é o controle de recursos essenciais para o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia, especialmente minerais raros. A China é o maior produtor mundial de diversos elementos críticos para a fabricação de semicondutores, baterias e equipamentos eletrônicos avançados.
Em resposta às novas tarifas americanas, Pequim impôs restrições à exportação de elementos como tungstênio e telúrio, ambos essenciais para a indústria de semicondutores, equipamentos eletrônicos e armamentos. A China já havia demonstrado sua capacidade de utilizar recursos estratégicos como ferramenta geopolítica quando restringiu exportações de gálio e germânio em 2023, impactando diretamente a indústria ocidental de semicondutores.
A crescente utilização de tais restrições reforça a mensagem de que Pequim está disposta a proteger seus interesses econômicos e tecnológicos, adotando mecanismos de controle de exportação como forma de contrabalançar as pressões externas. Esse posicionamento evidencia uma mudança na abordagem chinesa: em vez de depender da aceitação irrestrita das regras estabelecidas pelo Ocidente, a China tem imposto suas próprias condições e estabelecido barreiras estratégicas que podem redefinir o equilíbrio global da produção industrial.
A Estratégia Comercial dos Estados Unidos: Protecionismo e Pressões Geopolíticas
A abordagem comercial dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump tem se caracterizado pelo uso intensivo de tarifas e medidas protecionistas como ferramentas para reposicionar a economia americana em um cenário global altamente competitivo. Entretanto, ao contrário do primeiro mandato, o novo ciclo de políticas comerciais ocorre em um contexto econômico mais instável, no qual a inflação elevada e os desafios na cadeia produtiva global podem amplificar os riscos de uma guerra comercial prolongada.
A estratégia comercial americana pode ser dividida em quatro eixos principais: protecionismo econômico e tarifas comerciais, influência sobre parceiros estratégicos, estímulo ao investimento doméstico e contenção da ascensão chinesa.
1. Tarifas e Protecionismo Econômico
Desde sua primeira administração, Trump tem defendido a imposição de tarifas como um meio de proteger indústrias domésticas, reduzir déficits comerciais e estimular a produção interna. Sua política tarifária tem como base a crença de que os Estados Unidos foram prejudicados por décadas de globalização, resultando no deslocamento de empregos industriais e no aumento da dependência de importações.
No segundo mandato, essa abordagem se intensificou com a imposição de tarifas de 10% sobre todas as importações chinesas e ameaças de novas taxas sobre parceiros comerciais importantes, incluindo México, Canadá e União Europeia.
Diferente de 2018, o cenário econômico global atual apresenta desafios adicionais. Durante o primeiro mandato de Trump, a inflação nos Estados Unidos era relativamente baixa, minimizando os impactos das tarifas sobre os consumidores. Agora, com a inflação acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve, o aumento dos custos de importação pode reacender a alta de preços em setores essenciais, como alimentos, eletrônicos e automóveis.
Outro risco do protecionismo americano é o efeito cascata sobre as cadeias produtivas globais. Empresas multinacionais baseadas nos Estados Unidos, que dependem de insumos e componentes estrangeiros, enfrentarão um aumento de custos. A fabricante de brinquedos Basic Fun já anunciou que o preço do Tonka Classic Steel Mighty Dump Truck pode subir de US$ 29,99 para até US$ 39,99 devido às tarifas sobre itens chineses.
Além disso, as tarifas podem desencadear retaliações comerciais, prejudicando exportadores americanos e gerando instabilidade nos mercados financeiros globais. Pequim já respondeu com sanções sobre bens americanos e restrições na exportação de minerais críticos, e a União Europeia e outros parceiros estratégicos também avaliam contramedidas caso os Estados Unidos ampliem sua política tarifária.
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2. Influência sobre Parceiros Estratégicos e Reformulação de Acordos Comerciais
A estratégia comercial americana não se resume apenas às tarifas, mas inclui esforços para influenciar parceiros estratégicos e redefinir acordos comerciais internacionais. Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos da Parceria Transpacífica (TPP) e renegociou o NAFTA, resultando no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que impôs regras mais rígidas sobre montadoras e produtos agrícolas.
Agora, a Casa Branca tem adotado uma postura mais agressiva, buscando pressionar aliados a endurecerem suas relações comerciais com a China. Trump defende que parceiros como Japão, Coreia do Sul e União Europeia adotem barreiras adicionais contra produtos chineses, em um esforço para conter a expansão do setor industrial chinês e limitar o alcance da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI).
Além disso, os Estados Unidos continuam a utilizar sanções como ferramenta de pressão geopolítica. Empresas chinesas foram incluídas em listas de restrição, dificultando seu acesso a componentes críticos, como semicondutores avançados e tecnologia de ponta. Esse movimento busca enfraquecer setores estratégicos chineses e garantir a liderança americana em indústrias essenciais.
Outro foco da administração Trump é a revisão da relação comercial com o México e o Canadá. Embora o USMCA tenha sido implementado com sucesso, Trump já sugeriu a imposição de novas tarifas sobre produtos desses países, justificando a medida como necessária para combater o fluxo de imigração ilegal e conter a entrada de substâncias ilícitas nos Estados Unidos.
3. Estímulo ao Investimento Doméstico e Reindustrialização
Um dos principais pilares da estratégia comercial americana é o estímulo ao investimento doméstico para fortalecer a base industrial do país. Durante o governo Biden, os Estados Unidos aprovaram a Lei de Redução da Inflação (IRA) e a Lei dos Chips e da Ciência, que destinaram bilhões de dólares para impulsionar a produção de semicondutores e outras tecnologias avançadas dentro do território americano.
Agora, a administração Trump busca ampliar essas iniciativas com novos incentivos fiscais e subsídios para setores estratégicos, como:
- Produção de semicondutores e tecnologia de ponta, com investimentos em fábricas da Intel e outras gigantes do setor;
- Energia e infraestrutura, com incentivos à extração de recursos naturais e modernização da cadeia produtiva de combustíveis fósseis;
- Manufatura automotiva, especialmente para veículos elétricos, com regras mais rígidas para importações e exigência de maior conteúdo local.
Entretanto, especialistas alertam para os desafios dessa estratégia. A dependência de insumos estrangeiros pode limitar a competitividade da indústria americana, e os altos custos de produção nos Estados Unidos podem tornar produtos nacionais menos acessíveis ao consumidor médio. Além disso, a guerra comercial pode gerar impactos negativos sobre o crescimento econômico, ao reduzir a competitividade de empresas americanas no cenário internacional.
4. Contenção da Ascensão Chinesa e a Disputa pela Liderança Global
A estratégia comercial dos Estados Unidos tem um objetivo geopolítico claro: conter a ascensão da China como potência econômica global e garantir a manutenção da hegemonia americana. Esse esforço não se dá apenas por meio de tarifas e sanções, mas também pelo fortalecimento de alianças estratégicas e pelo investimento em setores de alta tecnologia.
O governo Trump busca reforçar a presença militar no Indo-Pacífico e intensificar parcerias com países como Índia, Austrália e Japão para limitar a influência chinesa na região. Além disso, a pressão sobre Taiwan tem sido utilizada como um elemento-chave na estratégia americana, com maior apoio militar e reforço das relações comerciais entre Washington e Taipé.
Outro ponto central da política americana é o endurecimento das restrições sobre tecnologia de ponta. A administração Trump ampliou as proibições ao fornecimento de semicondutores avançados para empresas chinesas e reforçou o monitoramento sobre cadeias produtivas sensíveis, como a fabricação de componentes eletrônicos e equipamentos militares.
Embora essas medidas possam retardar o avanço chinês em determinados setores, a estratégia americana também enfrenta desafios. Empresas como a Huawei e a SMIC têm acelerado investimentos em pesquisa e desenvolvimento para reduzir a dependência de insumos estrangeiros, enquanto a China amplia sua cooperação com o Sul Global para garantir acesso a mercados alternativos.
Conclusão: A Paciência Contra a Impulsividade
A disputa comercial entre China e Estados Unidos não se trata apenas de tarifas e sanções. É, na essência, um embate entre duas visões estratégicas distintas: enquanto Washington aposta em medidas protecionistas imediatistas, muitas vezes impulsionadas por dinâmicas políticas internas e necessidades eleitorais, Pequim traça um caminho de longo prazo, focado na resiliência econômica e na consolidação de sua influência no sistema internacional.
A estratégia de Trump, marcada por tarifas generalizadas e retaliações agressivas, pode gerar ganhos políticos de curto prazo, mas carrega riscos significativos para a estabilidade econômica dos EUA, potencialmente reacendendo a inflação e desestabilizando cadeias produtivas. Por outro lado, a China está diversificando mercados, investindo em inovação tecnológica e ampliando sua rede de parceiros no Sul Global, mitigando sua dependência das exportações para os Estados Unidos.
Se Pequim executar sua estratégia de forma eficaz, poderá não apenas enfraquecer o impacto das políticas protecionistas americanas, mas também solidificar sua posição como um dos centros de gravidade da economia mundial. O tempo, ao que tudo indica, joga a favor da China. Enquanto os EUA apostam em ações disruptivas e de curto prazo, Pequim aposta na paciência estratégica e na construção de uma nova ordem econômica mais multipolar.
Neste embate entre pressa e persistência, impulsividade e planejamento, a China avança com um plano bem definido para os próximos anos, enquanto os EUA arriscam sua posição com uma abordagem reativa e incerta. O século XXI ainda não tem um vencedor declarado, mas Pequim parece disposta a esperar para reivindicar o futuro.
Analista de Relações Internacionais, organizador do Congresso de Relações Internacionais e editor da Revista Relações Exteriores. Professor, Palestrante e Empreendedor.