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O aquecimento global e a necessária reforma do capitalismo

Desde o auge do mercantilismo, durante as grandes navegações, até o início do século XXI, o sistema capitalista tem enfrentado momentos de crise que, muitas vezes, levaram-no (ou pareciam levá-lo) à beira do colapso. Ao longo dos últimos séculos, esse sistema sobreviveu às crises agrícolas e financeiras, que testaram sua capacidade de adaptação. Agora, pela primeira vez, o capitalismo enfrenta uma crise ambiental, que tem potencial para ser muitas vezes mais séria do que as anteriores, e que o testará mais uma vez sob dois novos desafios: o aquecimento global e a destruição de ecossistemas.

A reflexão sobre a necessidade de reforma do capitalismo não objetiva garantir sua sobrevivência em si, por ser este sistema – teoricamente – superior a outros, e que, portanto, deve ser preservado. A importância do tema está em que, quer se goste ou não do capitalismo, é através dele que as pessoas estabelecem a maior parte de suas interações sociais, e é baseado nele que os países planejam boa parte de suas relações internacionais. Além disso, a crise ambiental atual ameaça não apenas o sistema capitalista, mas também todo o mundo como o conhecemos.

Neste estudo, utilizamos a obra do historiador Eric Hobsbawm para analisar algumas das crises enfrentadas pelo capitalismo nos séculos XIX e XX, citadas ao longo do texto e referenciadas ao final. Em seguida, comparamo-las com a crise ambiental do século XXI e, por fim, concluímos com considerações próprias acerca da reforma do capitalismo que o planeta necessita nesta atual conjuntura.

Crises e reformas passadas do capitalismo

Desde meados do século XIX, com a Revolução Industrial a pleno vapor nos países desenvolvidos, o sistema capitalista passou a conviver com a possibilidade de enfrentar, pelo menos, dois tipos de crise. O primeiro, existente desde séculos anteriores, era o agrícola. O segundo, que se desenvolvia com a Revolução Industrial e com o próprio capitalismo, era o comercial. Em “A era do capital (1848-1873)”, Hobsbawm (2013) explica que

dois tipos maiores de flutuação econômica afetavam a sorte do mundo na década de 1840; o antigo ciclo agrário, apoiado nos azares das colheitas e do gado, e o novo “ciclo do comércio”, parte essencial do mecanismo da economia capitalista. Em 1840, o primeiro destes ainda era dominante no mundo (p. 114).

A dinâmica de cada uma dessas crises, a agrária e a comercial, seguia ciclos independentes, mas que, por vezes, podiam coincidir, fazendo com que ambas ocorressem juntas. Esses momentos representavam as ameaças mais sérias ao capitalismo, já que as crises agrárias afetavam majoritariamente os países ainda não industrializados, enquanto as comerciais afetavam principalmente os de industrialização mais avançada. A ocorrência de ambas as crises, concomitantemente, poderia, portanto, impactar todos os principais países do sistema capitalista, fornecedores de matérias-primas ou de manufaturas.

Da crise de 1873 à Primeira Guerra Mundial

O mundo do início da década de 1870 era um mundo de crescimento econômico, desenvolvimento intelectual e tecnológico, e muita autoconfiança, observada principalmente no empresariado dos países desenvolvidos. Geralmente formado por donos de fábricas que aumentavam progressivamente seus lucros, esse setor da sociedade contribuiu para levar o liberalismo econômico ao seu ápice, através do livre mercado e da pouca intervenção do Estado na economia. A partir de 1873, esse mundo começou a mudar.

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A família tradicional ocidental, governada pelo empresário burguês, símbolo da autoconfiança e da prosperidade anteriores a 1873 | Imagem: Reunião Familiar, quadro de Frédéric Bazille (1867)

O primeiro fator que resultou no enfraquecimento do capitalismo como era praticado então – através do liberalismo – foi a superprodução de alimentos (para os padrões da época). Ela contribuiu para uma queda considerável nos preços de produtos agrícolas, impactando negativamente esse mercado, que empregava a esmagadora maioria da mão-de-obra masculina nos países agrários, e quase metade dela nos países industrializados.

Outro fator importantíssimo que forçou o sistema capitalista a uma reforma foi a competição entre seus principais atores. Em “A era dos impérios”, obra que dá sequência a “A era do capital”, Hobsbawm (2013) afirma, ao referir-se à rivalidade entre as potências da época, que “a única coisa que poderia controlá-la […] era a limitação deliberada de objetivos […] mas o traço característico da acumulação capitalista era justamente não ter limite” (p. 486-487).

Assim, sem discutir uma suposta “ganância ilimitada e imoral” do capitalismo, o fato é que, do ponto de vista prático, qualquer sistema que requeira expansão ilimitada em um mundo limitado, acabará, mais cedo ou mais tarde, entrando em conflito. A necessidade crescente de matérias-primas, por parte do capitalismo, em um mundo de matérias-primas finitas, impõe, desde o início, um limite a esse sistema. Foi o que ocorreu a partir da década de 1870, quando as maiores nações imperialistas se viram limitadas pela concorrência de outras nações, em territórios vistos como seus próprios por cada uma delas.

Ou seja, a busca pelo monopólio de territórios ou, posto de outra forma, a impossibilidade de coexistência pacífica em territórios considerados exclusivos, criou e exacerbou uma rivalidade perigosa entre as principais economias capitalistas. O resultado foi a Primeira Guerra Mundial, possibilitada pela entrada da política na economia, quando os governos nacionais passaram a proteger suas empresas e a intervir nos mercados, tornando a linha divisória entre competição empresarial e competição nacional (ou entre a esfera privada e a pública) cada vez mais difusa.

Assim, o liberalismo econômico, principal forma de expressão do capitalismo até então, estava com seus dias contados a partir de 1873, com a crescente intervenção estatal na economia, ainda que ele sobrevivesse com força até depois da Primeira Guerra. Seu fim representou uma reforma impressionante, mesmo que tenha sido gradual, considerando a hegemonia do pensamento liberal entre intelectuais e agentes do capitalismo, e a crença em sua invencibilidade, que perdurara pelos 25 anos anteriores.

A crise de 1929 e a depressão dos anos 1930

A depressão econômica resultante da quebra da bolsa de Nova York em 1929, e que assolou países ricos e pobres, industrializados e agrários, durante a maior parte da década de 1930, foi, de longe, o maior desafio enfrentado pelo sistema capitalista até então. Seu impacto levou não apenas ao suicídio de negociantes individuais, mas também à ascensão de fenômenos sociais extremos, como o fascismo e o nazismo, graças, principalmente, ao desemprego em massa, que atingiu patamares inimagináveis para a geração da época.

A crença marxista de que o capitalismo, ao propiciar o aumento da classe operária, o levaria ao seu próprio colapso através da revolução proletária, jamais parecera tão certa e iminente como nos anos da Grande Depressão. Não apenas o desemprego e a inflação destroçavam as principais economias mundiais, levando-as até a abandonar o padrão-ouro, mas, ao mesmo tempo, a economia planificada da União Soviética crescia imune a tais percalços.

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Manchete de capa do Brooklyn Daily Eagle, em que se lê “Wall Street em pânico com queda de ações” | Imagem: Criatina Mazilu via Protv

A crise de 1929 foi um dos acontecimentos que mais marcaram toda a década de 1930. Foi a ameaça do fascismo e, mais ainda, do nazismo, que fez com que os dois sistemas rivais – capitalista e comunista/socialista – unissem suas forças temporariamente, quando seus líderes perceberam que Hitler representava um perigo muito maior para ambos os lados. Terminada a Segunda Guerra Mundial, o mundo voltou a ver os dois blocos econômicos se enfrentarem.

Triunfo e queda no pós-1945

Se, na década de 1930, o capitalismo parecia cair cada vez mais fundo em um poço do qual nenhuma saída podia ser vislumbrada, vinte anos depois esse sistema estava revigorado, prestes a desfrutar seu apogeu até então, durante a década de 1950. Seu êxito econômico e social foi suficiente para empurrar a esquerda política para uma posição periférica nos principais países capitalistas, parecendo, de certa forma, inverter o jogo contra seu rival de longa data, o comunismo.

Como explicar uma vitória como essa? Parte importante da resposta reside na reforma estrutural empreendida pelos líderes dos principais países capitalistas após a Segunda Guerra: o enterro de fato do liberalismo, substituído pelo Estado interventor de bem-estar social. Com crescimento econômico, pleno emprego, e direitos sociais que, até o imediato pós-guerra, seriam inimagináveis, as pessoas tendiam a aceitar o sistema político-econômico em que viviam, mesmo com seus defeitos, e já não tinham os mesmos estímulos para fazer uma revolução que o subvertesse.

Entretanto, a partir da primeira crise do petróleo, em 1973, o sistema capitalista entrou em declínio mais uma vez. Os países ricos já não cresciam no mesmo ritmo de antes, e a esmagadora maioria dos países pobres viram suas dívidas internacionais aumentarem enormemente. A razão disso

não é que o capitalismo não mais funcionava tão bem quanto na Era de Ouro, mas que suas operações se haviam tornado incontroláveis. Ninguém sabia o que fazer em relação aos caprichos da economia mundial, nem possuía instrumentos para administrá-la […] a história dessa década [de 1970] foi de governos comprando tempo (HOBSBAWM, 2012, p. 398)

Fica evidente na passagem acima que, mais uma vez, como no final do século XIX, a incapacidade do capitalismo de colocar um controle sobre si mesmo resultava em crise. Além disso, também de modo similar à depressão pós-1873, o que tornava os problemas econômicos das Décadas de Crise [1970 e 1980] extraordinariamente perturbadores […] era que as flutuações conjecturais coincidiam com convulsões estruturais (Ibid, p. 402). Se um século antes, crises eram geralmente causadas pela coincidência de ciclos agrários e comerciais, agora ocorriam pela coincidência de crises estruturais e conjecturais. Aparentemente, o sistema capitalista aperfeiçoou sua capacidade de reforma ao longo da história, mas ainda não aprendeu a combater efetivamente as causas das crises que o abalam periodicamente.

O colapso da União Soviética, em 1991, possibilitou ao capitalismo seguir sua marcha sem a competição de qualquer sistema com capacidade para destruí-lo. Mesmo em períodos de crise, como a de 2008, não se discute a eventualidade de o sistema capitalista ser substituído por qualquer outro a curto e médio prazos, simplesmente porque não há, até o momento, nenhum candidato para ocupar seu lugar. Mas o desmatamento e o aquecimento global têm potencial para alterar profundamente esse sistema, inclusive em suas bases mais essenciais, caso a espécie humana seja incapaz de evitar o pior dos cenários climáticos previstos por estudiosos do meio ambiente.

O desmatamento e a ameaça atual ao capitalismo

A pandemia do coronavírus deixou claro como o uso mal planejado e irrestrito de recursos naturais pode representar uma ameaça ao capitalismo, não apenas na diminuição dos empregos e da renda das classes médias e baixas, mas também na interrupção das cadeias de suprimento globais. Tomemos como exemplo o caso dos semicondutores, analisado mais a fundo pelo pesquisador e escritor Evgeny Morozov.

Os confinamentos provocados pela Covid-19, além do aumento na busca de roteadores e outros equipamentos necessários na aquisição de serviços digitais, com muitos semicondutores embutidos, provocaram também “um crescimento inesperado na demanda de liquidificadores ou de panelas de arroz. Enfim, as medidas sanitárias paralisaram brevemente as usinas de semicondutores” (MOROZOV, 2021).

Ou seja, no caso dos semicondutores, a pandemia provocou aumento na demanda concomitante a redução na produção e oferta, efeito negativo que ainda afeta a cadeia de suprimento de eletrônicos, eletrodomésticos e, especialmente, do setor de automóveis. Difícil não associar, ao menos parcialmente, a combinação de aumento na demanda e redução de oferta com a crescente inflação vivida em muitos países, inclusive o Brasil. Difícil também imaginar uma solução a curto prazo para o problema, dado que a recuperação das cadeias de suprimento, se ocorrer, não se completará em pouco tempo.

A indústria automobilística, como muitas outras, continua com dificuldades em 2021, pela falta de insumos, após crise nas cadeias de fornecimento em 2020.

É importante lembrar que a cadeia de fornecimento de semicondutores, isoladamente, já vem sendo suficiente para afetar vários setores da economia. Mas ela não é a única cadeia impactada pela pandemia. Outra crise similar à causada pela Covid-19, que afete mais setores, mais produtos, e mais pessoas, se acontecer, poderá causar danos ainda maiores do que os do biênio 2020-2021. E o desmatamento, assim como a queimada de florestas, quando não controlados, podem ter influência direta no aparecimento de uma nova crise nos moldes da que estamos vivendo, mas em maior escala ainda.

O contato humano com novos vírus, antes isolados em florestas agora desmatadas, faz com que uma nova pandemia, surgindo juntamente com uma nova variante do coronavírus resistente às vacinas existentes, não seja um cenário tão implausível como podia ter parecido há poucos anos. Uma crise dessa envergadura colocaria o sistema capitalista frente a uma ameaça comparável à crise de 1929, mas com potencial destruidor muito maior.

Diferente da isolada e autossuficiente União Soviética da década de 1930, ilesa à Grande Depressão, nenhum país atualmente pode sobreviver em isolamento completo. Por isso, uma crise que resulte em ruptura generalizada das cadeias de suprimento globais, vai afetar, inevitavelmente, todos os principais países da economia global contemporânea e a esmagadora maioria dos países secundários nesse sistema, com possíveis exceções insignificantes. Daí a necessidade de reforma do capitalismo trazida pela combinação de desmatamento, queimadas florestais, aquecimento global e destruição de ecossistemas.

Lições do passado adaptadas ao presente

Que rumo deve tomar uma eventual reforma do sistema capitalista? As crises passadas fornecem algumas respostas. Como vimos, na virada do século XIX para o XX, a única via capaz de dirimir a rivalidade entre as maiores nações imperialistas seria uma “limitação deliberada de objetivos”. O contexto atual, da primeira metade de século XXI, é parecido, e a palavra-chave aqui é a que destacamos: limitação. Se não podemos fugir do fato, inevitável, de que os recursos naturais de que dispomos são finitos, a única alternativa que nos resta é limitar a utilização desses recursos a uma escala suportável para o planeta.

Limitar operações que demandem grandes quantidades de recursos também poderia auxiliar a evitar e combater crises como a de 1970-80, que ultrapassam a capacidade dos países de controlar as medidas necessárias para enfrentá-las. Um maior controle das operações do sistema diminuiria a vulnerabilidade de muitos países a catástrofes ambientais, falhas do mercado ou outros fatores externos.

Por fim, diminuir a destruição ambiental global pode ajudar a evitar “crises coincidentes”, como as agrárias-comerciais do século XIX, ou as conjecturais-estruturais das décadas de 1970-80. Qualquer sistema que enfrente uma crise conjectural quando já se veja assolado por uma crise estrutural previamente estabelecida, terá muito mais dificuldade em sair da situação de crise.

É o que mostra o exemplo do Líbano, que já vivenciava problemas econômicos estruturais, com desvalorização da moeda, quando surgiram duas novas crises, ambas conjecturais, da Covid-19 e da explosão do armazém de Beirute em 2020 (MOUNIER-KUHN, 2021). Também poderia ser citada como exemplo a maioria dos países em desenvolvimento que, graças em grande medida a problemas estruturais em seus sistemas de saúde, viram o novo coronavírus devastar suas economias.

Crises sucessivas levaram o Líbano a uma profunda desorganização interna. Um ano após a explosão do armazém na capital em 2020, o país ainda sofre com apagões, falta de combustível e inflação

Ora, o aquecimento global já está transformando crises conjecturais (ad hoc e transitórias) em crises estruturais (permanentes ou duradouras). Enchentes, ciclones, secas prolongadas, que antes ocorriam ocasionalmente em pequenas partes do planeta, agora começam a se tornar problemas permanentes, ou com periodicidade quase anual, em muitas regiões. Se antes uma crise qualquer tinha grande chance de vir sozinha, nas próximas décadas a probabilidade de surgir uma crise quando já houver outra ocorrendo será muito maior, devido principalmente ao aquecimento global. Portanto, gerenciar melhor os recursos naturais mundiais é parte essencial da solução para se evitar esse problema.

Considerações finais

A leitura sobre uma “necessária reforma do capitalismo” pode fazer parecer que esse sistema é um agente autônomo, independente de nós, e que, caso seja preciso, vai se reformar naturalmente. Nada mais distante da realidade! O capitalismo é formado por pessoas, majoritárias em todo o mundo, que o afetam e que são afetadas por ele, incluindo o autor deste artigo e quem o tiver lido até aqui. A estrutura e os processos operacionais desse sistema serão reformados somente quando reformarmos nossas práticas diárias.

Ao analisar o triunfo do capitalismo no pós-1945, em “Era dos extremos”, Hobsbawm (2012) explica que, desde seu início “o sistema capitalista, mesmo quando construído em cima das operações do mercado, dependera de várias tendências que não tinham ligação intrínseca com aquela busca da vantagem do indivíduo que, segundo Adam Smith, alimentava o seu motor” (HOBSBAWM, 2012, p. 335). Citando como exemplo a família e os valores oriundos dela, o autor conclui, afirmando que “o capitalismo venceu porque não era apenas capitalista. Maximização e acumulação de lucros eram condições necessárias para seu sucesso, mas não suficientes” (p. 336).

Em outras palavras, as pessoas naquela época buscavam, conscientemente ou não, algo além do que o capitalismo podia oferecer, além do lucro e do consumo por si mesmos. Atualmente, ir além do capitalismo continua sendo a chave para a sobrevivência desse sistema – e desta vez, da humanidade também. Se a década de 1970 foi de “governos comprando tempo” para fugir à responsabilidade de efetuar reformas essenciais, agora esse tempo está se esgotando. Especificamente, vai se esgotar por volta de 2030, quando muitos dos efeitos da acumulação de gases de efeito estuda na atmosfera serão irreversíveis.

A reforma que precisamos efetuar no capitalismo é uma em que ele continue incentivando a criatividade e a inovação, mas não ao preço da miséria alheia. Que continue promovendo a busca por melhoria contínua, mas não ao preço da destruição do planeta. No fundo, é uma reforma que precisamos realizar em nossas atividades cotidianas. Mudar nossa alimentação, nossos hábitos de compra, nossas práticas de lazer. É somente assim que a necessária reforma do capitalismo vai ocorrer. O tempo para começarmos está se encurtando a cada dia…

Referências

HOBSBAWM, Eric. A Era do capital, 1848-1873. Rio de Janeiro. 20ª ed. Paz e Terra, 2013.

HOBSBAWM, Eric. A Era dos impérios, 1875-1914. São Paulo. 16ª ed. Paz e Terra, 2013.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos – O breve século XX, 1914-1991. São Paulo. 2ª ed. Companhia das Letras, 1995. 47ª reimpressão, 2012.

MOROZOV, Evgeny. Doit-on craindre une panne électronique? Le Monde Diplomatique, n. 809, p. 12-13, agosto, 2021.

MOUNIER-KUHN, Angélique. Tempête sur la Banque du Liban. Le Monde Diplomatique, n. 809, p. 6, agosto, 2021.

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