No dia 5 de janeiro de 1919 foi fundado o Partido Alemão dos Trabalhadores (Deutsche Arbeiter-Partei – DAP, em alemão), que mais tarde se tornaria o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores. Fundado por Anton Drexler, um político alemão, e pelo escritor Karl Harrer, a organização durou pouco, de 1919 a 1920. Seus primeiros integrantes, em volta de 20 membros, eram, em sua maioria, colegas de Drexler que trabalhavam na estação ferroviária de Munique. Os encontros iniciais do grupo aconteciam em bares e cervejarias.
A entrada de Hitler no Partido
Oito meses depois da fundação da DPA, Adolf Hitler, um austríaco e ex-cabo do exército alemão, entrou em contato com o grupo como um infiltrado das forças armadas alemães. Contudo, Hitler foi cativado pelos ideais do Partido Alemão dos Trabalhadores e, mais tarde, se tornou membro da organização. Hitler trouxe a figura de um líder e uma propaganda para a organização, conquistando cada vez mais adeptos.
Em fevereiro do ano seguinte, a conduta dos membros da organização passou a ser moldada como um comportamento militar e Hitler sugeriu que o partido mudasse o nome para Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP, em alemão) ou Partido Nazista. No início, o partido reunia os cidadãos que não acreditavam no regime republicano e que estavam descontentes com a derrota alemã na Primeira Guerra e com o Tratado de Versalhes que o país tivera que assinar. Ademais, a organização combinava o nacionalismo alemão com o racismo e populismo dos Freikorps, grupos paramilitares que surgiram no pós Primeira Guerra e lutava contra o comunismo.
O demagogismo de Hitler e o holocausto
Inicialmente, os ideais de Hitler eram inexpressivos na Alemanha. Foi com a crise de 1929, que gerou um colapso na já afetada economia alemã, levou milhares de empresas à falência e elevou o número de desempregados para 6 milhões, que as convicções de Hitler passaram a ser vistas como uma segurança de um futuro melhor. Dessa maneira, entre 1930 e 1932, o número de membros do partido passou de 170 para 230.
A princípio, a estratégia política dos nazistas era anti-grandes empresas, anti-burguês, e anti-capitalista. Em 1930 o partido focou no anti-semitismo e no anti-marxismo. E foi a partir daí que começaram os extermínios para manter a “pureza dos arianos, que era uma raça superior”. As vítimas desse genocídio, perpetuada pelos alemães, eram os judeus, os homossexuais, os ciganos, os negros, os deficientes físicos e mentais, as testemunhas de Jeová e os oponentes políticos. Apesar dessa diversidade de grupos perseguidos pelos nazistas, os judeus foram os mais perseguidos e mortos, com cerca de seis milhões de judeus assassinados no evento histórico que ficou conhecido como Holocausto.
Além disso, com a ascensão de Hitler como Chanceler, “o principal cargo executivo da República Alemã“, a ciência também foi influenciado pelo nazismo, passando a criar supostas teorias biológicas de que legitimavam o racismo e o antissemitismo. A organização liderada por Hitler se infiltrou em todos os setores na Alemanha; controlando a imprensa, o teatro, a rádio, as artes, o cinema, a literatura. Ele conseguiu convencer as pessoas que de suas ideias nazistas eram boas e que eles deveriam devoção incondicional ao Führer (líder em português). A educação foi utilizada como ferramenta para ensinar os princípios do partido às pessoas, para convencer crianças e adolescentes que elas deveriam se orgulhar de serem arianos.
A conquista do Espaço Vital
O propósito principal do partido nazista era desenvolver “um império ariano, puro e forte” com Hitler como a figura central. Para que isso se concretizasse, seria necessário haver uma expansão territorial e a integração de todas as comunidades germânicas europeias, que incluiria, além da Alemanha, a Áustria, a Tchecoslováquia, a Prússia – a parte Oeste da Polônia – e a Ucrânia em um único espaço vital. Ademais, também era necessário combater o comunismo ou socialismo revolucionário, seu principal adversário ideológico, para que esse projeto dos nazistas fosse concretizado.
Referências bibliográficas
EVANS, Richard J. The Coming of the Third Reich. New York; Toronto: Penguin. 2003.
KERSHAW, Ian. Hitler: a biography. New York: W. W. Norton & Company. 2008.