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Rompimento das relações diplomáticas entre Irã e Reino Unido após o lançamento de “Os Versos Satânicos” de Salman Rushdie – 07 de março de 1989

Bruno PedrosaHenrique BatistabyBruno PedrosaandHenrique Batista
28 de julho de 2022 | 09:10
in Outros, Diplomacia, Geopolítica, Irã, Marco Histórico, Oriente Médio, Política Internacional
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As artes sempre tiveram papel crucial na formação das sociedades, influenciando-as nos mais diversos aspectos, inclusive na política. Ressaltou-se, nesse sentido, o impacto de “Os Versos Satânicos”, obra escrita pelo escritor britânico Salman Rushdie, em razão do momento da história em que foi publicado e das controvérsias resultantes do texto, cujo autor chegou a ser perseguido.

A obra de Salman Rushdie faz parte da corrente literária hoje conhecida como realismo mágico, e trata das experiências de dois indianos muçulmanos na Inglaterra. Além de pontuar relevantes questões como imigração e cultura, o livro foca nas estruturas históricas do surgimento do Islã e no caráter dos movimentos revolucionários islâmicos e antiocidentais que então surgiam no Oriente Médio (FOWLER, 2000). Por conter o que foi considerado “um retrato inconveniente do profeta Maomé” (PRAMESHWAR; SACHINKUMAR, 2013), “Os Versos Satânicos” foi objeto de polêmica em diversos países, especialmente no Irã.

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A publicação da obra em setembro de 1988 se deu num momento crucial para o mundo muçulmano. A Revolução Iraniana, iniciada em 1979, se consolidava ao passo em que emergia de um impasse na Guerra Irã-Iraque (1980-1988). Além disso, as forças armadas soviéticas estavam em processo de retirada do Afeganistão, após fracassarem na tomada daquele país num conflito que se arrastava desde 1979. A religião, inserida em meio a esse contexto, é tida como um objeto de conflito internacional ao criar um ponto de discórdia para inúmeras partes (MOZZAFFARI, 1990).

O trabalho literário de Rushdie foi prontamente denunciado pela comunidade islâmica. Muçulmanos ingleses queimaram publicamente cópias da obra (MAZRUI, 1990) e antes do fim de 1988, Paquistão, Índia e África do Sul baniram a venda do livro (MOZZAFFARI, 1990. Em fevereiro de 1989, após a morte de seis pessoas num protesto no Paquistão, o Líder Supremo do Irã, Ayatollah Khomeini, emitiu uma fatwa (julgamento) que impôs a Salman Rushdie uma sentença de morte. O governo iraniano consentiu com o juízo de Khomeini e grupos civis do país instituíram uma recompensa de milhões de dólares pela morte do autor (MAZRUI, 1990).

O rompimento das relações diplomáticas entre Irã e Reino Unido

No entanto, as repercussões dessa polêmica não ficaram contidas dentro das fronteiras dos Estados-nacionais envolvidos na questão. Sendo um cidadão britânico recebendo uma sentença penal por um país estrangeiro ao seu (Irã), o caso Rushdie tomou proporções de política internacional gerando impasses e rompimentos de relações formais. O principal caso disso foi a quebra das relações diplomáticas entre o Irã e a Grã-Bretanha após o primeiro pedir que “o governo britânico denunciasse o autor Salman Rushdie e seu romance ‘Os Versos Satânicos’” (RULE, 1989, s/p).

Sendo uma decisão unilateral do governo iraniano, as justificativas para tal ação era de que o país europeu tinha se tornado “inimigo do Islã” e que o “Irã estava determinado em defender o Islã” (RULE, 1989, s/p). O primeiro-ministro do país na época, Mir Hussein Moussavi, disse a uma rádio local que “ao defender Salman Rushdie e seu livro blasfemo, a [Grã] Bretanha se mostrou mais uma vez sua animosidade para com o Islã” (RULE, 1989, s/p). Além disso, Moussavi apelou para memórias das relações históricas entre os dois países ao dizer que “nos últimos dois séculos, a [Grã] Bretanha tem estado na linha de frente de maquinações e traições contra o Islã e os mulçumanos” (RULE, 1989, s/p).

Já o lado britânico interpretou essas ações do Irã como desnecessárias. Segundo os representantes do governo disse que “a presente situação é inteiramente da feitoria do Irã. Incitação para matar é uma violação dos princípios e obrigações mais elementares que governa as relações entre Estados soberanos” e ainda prosseguiu ao dizer que “são as ações do Irã que removeram a substância de nossa relação e a tornou impossível de conduzir negócios normais” (RULE, 1989, s/p). Desse modo, fica o questionamento: por que o Irã tomou tal atitude? 

Uma justificativa plausível para essa atitude do governo iraniano se dá nas diferenças de concepção sobre traição entre o Ocidente e o mundo islâmico. Segundo Mazrui (1990, p. 117, tradução nossa), “[o] mundo ocidental entende o conceito de traição para com o Estado, para o qual a pena capital pode ser imposta. O que o Ocidente não entende é o conceito de traição para o que o Islã chama de Ummah, a comunidade religiosa, a traição da fé”. Desse modo, sendo mulçumano o próprio Rushdie, ele foi “percebido por muitos mulçumanos como sendo culpado de traição cultural por escrever Os Versos Satânicos” (MAZRUI, 1990, p. 118, tradução nossa). Pode-se incluir, também, que muitos mulçumanos ficaram “indignados pelo fato de que ele tinha sido homenageado, elogiado e generosamente recompensado e financiado por inimigos e críticos do Islã” (MAZRUI, 1990, p. 118, tradução nossa). Desse modo, a decisão do aiatolá de emitir uma fatwa para um cidadão que nem pertence ao país sob a jurisdição do líder gera três grandes reflexões, segundo Mozaffari (1990). 

Primeiro, o aiatolá se considera ele mesmo a autoridade suprema e o defensor mais qualificado do Islã em tais questões. A fatwa é direcionada exclusivamente a mulçumanos, como é realmente a regra. Não-mulçumanos não estão destinados à aplicação da sentença de morte. Terceiramente, Khomeini se direciona a mulçumanos através do mundo inteiro, independente de sua nacionalidade ou lugar de residência. Tal fatwa, claramente, desafia as normas e regras do direito internacional (MOZAFFARI, 1990, p. 417, tradução nossa).

Outro ramo explicativo não é baseado em questões culturais mas, sim, em arranjos geopolíticos envolvendo o próprio aiatolá. Após o desgaste político causado pela Guerra Irã-Iraque, o prestígio do líder foi abalado após a descoberta das relações de Teerã com Washington com o interesse de receber armamentos. Dessa forma, “ele precisava de outra cortina de fumaça, assim como a crise dos reféns americanos de 1979-1981, a qual o permitiu consolidar o poder desaparecendo com seus rivais políticos. Os Versos Satânicos de Rushdie se mostraram um momento oportuno” (DABASHI, 2019, s/p, tradução nossa). 

O restabelecimento da diplomacia entre os países só se deu em 1998. Depois de quase dez anos após a decisão do Irã de romper unilateralmente as relações diplomáticas com a Grã-Bretanha, o “ministro das relações exteriores iraniano publicamente divorciou seu governo (…) da ameaça de morte imposta sobre o autor britânico Salman Rushdie em 1989 pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, e a Grã-Bretanha respondeu restaurando relações diplomáticas integrais” (CROSSETTE, 1998, s/p, tradução nossa). O ministro confirmou essa decisão ao dizer que “o governo da República Islâmica do Irã possui nenhuma intenção, nem tomará qualquer tipo de ação, para ameaçar a vida do autor de ‘Os Versos Satânicos’ ou qualquer pessoa associada ao seu trabalho, nem encorajará ou ajudará qualquer pessoa a fazer isso” (CROSSETTE, 1998, s/p, tradução nossa).

Referências

CROSSETTE, Barbara. Iran Drops Rushdie Death Threat, And Britain Renews Teheran Ties. 1998. Disponível em: https://www.nytimes.com/1998/09/25/world/iran-drops-rushdie-death-threat-and-britain-renews-teheran-ties.html. Acesso em: 24 jan. 2022. 

DABASHI, Hamid. The Salman Rushdie affair: Thirty years and a novelist later. 2019. Disponível em: https://www.aljazeera.com/opinions/2019/2/19/the-salman-rushdie-affair-thirty-years-and-a-novelist-later. Acesso em: 24 jan. 2022. 

FOWLER, Bridget. A sociological analysis of the Satanic Verses affair. Theory, culture & society, v. 17, n. 1, p. 39-61, 2000.

MAZRUI, Ali A. The Satanic Verses or a satanic novel? Moral dilemmas of the Rushdie Affair. Alternatives, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 97–121, 1990. 

Ver Post

MOZAFFARI, Mehdi. The Rushdie affair: blasphemy as a new form of international conflict and crisis. Terrorism and Political Violence, [S. l.], v. 2, n. 3, p. 415–441, 1990

PRAMESHWAR, Lomte; SACHINKUMAR, Kadam. Study of controversies in Salman Rushdie’s writings. International Journal of Advanced System and Social Engineering Research, v. 3, n. 2, p. 58-61, 2013.

RULE, Sheila. Iran Breaks Off Relations With Britain. 1989. Disponível em: https://www.nytimes.com/1989/03/08/world/iran-breaks-off-relations-with-britian.html. Acesso em: 24 jan. 2022. 

Tags: GeopolíticaIrãReino Unidorelações diplomáticasSalman Rushdie
Bruno Pedrosa

Bruno Pedrosa

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa (PPGSID) na Escola Superior de Guerra (ESG). Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Atualmente, é colaborador externo no Núcleo de Estudos do BRICS (NEBRICS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Já foi pesquisador no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola Naval de Guerra (EGN). Foi colaborador na Argos Consultoria Internacional Jr entre os anos de (2018-2019) como gestor de projetos e gestor de pessoas. Áreas de interesse: Pirataria; Geopolítica; Atlântico Sul; CPLP; BRICS.

Henrique Batista

Henrique Batista

Graduando em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente é Estagiário de Direito na Procuradoria da República no Ceará, unidade do Ministério Público Federal (MPF), tendo exercido ainda, entre 2019 e 2021, a mesma função no Tribunal de Justiça do Ceará. Foi membro do Grupo de Estudos em Direito e Assuntos Internacionais (GEDAI) e do Núcleo Interdisciplinar em Direito e Literatura (NIDIL), ambos da UFC. Áreas de interesse: Direito Internacional; Internacionalização de entes federados; Geopolítica; Direito e desenvolvimento econômico-cultural.

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